Insatisfação

Operários da obra do Campus da UFMA, em Codó, estão em greve

Salários dos 23 trabalhadores estão atrasados e falta material de construção.

Jornal O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h25

CODO - Os 23 operários da construção do Campus VII da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em Codó, estão de braços cruzados. Eles aguardam alguma iniciativa da empresa responsável pela obra, Milenar Construções e Comércio Ltda, para que o trabalho prossiga.

Os trabalhadores estão parados há cerca de um mês, segundo o carpinteiro Francisco Rodrigues dos Santos. Não há material de construção e os salários estão atrasados.

“O último pagamento que nós recebemos foi dia 5 de janeiro. Ainda temos para receber janeiro, fevereiro e horas extras do mês de novembro. Até agora, ninguém apareceu”, contou o carpinteiro, acrescentando que o serviço parou por dois motivos: falta material e dinheiro para pagar os operários.

“Se não tem dinheiro não tem funcionário. Desse jeito não tem como a gente trabalhar”, explicou Francisco dos Santos. A falta de contato é outra reclamação dos operários. Os encarregados da obra foram para São Luís antes do Natal do ano passado e não voltaram. “Por telefone, não conseguimos conversar com ninguém”, disse o servente de pedreiro Marco Antônio Silva Santos.

Prazo

Não é a primeira vez que a construção do Campus de Codó é suspensa. A placa localizada em frente ao canteiro de obras marca a entrega da área da UFMA para junho de 2005. Há mais de um ano existem somente algumas paredes erguidas.

Há rumores de que a UFMA deseja substituir a empresa que ganhou a licitação pela segunda colocada. A coordenadora do Campus VII, Yramary Queiroz, disse que o Departamento de Engenharia da universidade vistoriará a obra, para que uma nova quantia de recursos, oriundos do Ministério da Educação, locado por meio de emenda parlamentar, seja liberada, possibilitando mais uma vez o reinício dos trabalhos.

O dinheiro só será liberado após essa vistoria. O problema estaria no fato de que a construtora não está cumprindo as etapas como foi acordado com a UFMA. As paralisações do serviço foram motivo até de passeatas pelas ruas da cidade, organizadas por grupos de estudantes, ex-alunos do ensino médio, pais, professores e diretores de escolas.

A última manifestação popular aconteceu dia 10 de dezembro do ano passado. O professor universitário Vanderly Gomes da Silva já participou de duas manifestações pela instalação de universidades no município. Ele e a comunidade codoense continuam esperando.

“A comunidade sempre espera, porque ela é o centro dessa necessidade. As pessoas estão clamando na rádio e na televisão, fazendo passeatas e nós, professores, também estamos reivindicando com elas. Queremos que os nossos governantes tomem uma iniciativa”, apelou Vanderly Gomes.

Ensino Médio

Anualmente, em Codó, mais de 400 estudantes concluem o ensino médio. Para todos estes estudantes, a conclusão da obra da UFMA seria a oportunidade de cursar uma universidade pública. Há décadas, no fim do ensino médio, resta aos estudantes recorrer a empregos no comércio ou sair de Codó.

“Aqui, terminamos o estudo médio e ficamos parados. É o jeito fazermos cursinhos por conta própria, mas até isso é complicado para quem tem poucos recursos. Continuar os estudos sem gastar muito é o sonho de todo jovem de Codó”, assinalou Jôina Pereira da Silva, que concluiu o ensino médio em 2004 e desde então tem buscado capacitação de nível técnico à espera de uma universidade.

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