SÃO LUÍS - O Centro de Mamíferos Aquáticos no IBAMA do Maranhão realizou entre os dias 11 e 14 de janeiro a primeira etapa do monitoramento sistemático dos encalhes de mamíferos aquáticos ao longo das praias do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
O trabalho, que será realizado ao longo do ano de 2006, faz parte de um estudo amplo que visa registrar as ocorrências dessas espécies no litoral leste do Maranhão, ampliando o conhecimento sobre estes espécimes na região. O Maranhão possui o segundo maior litoral entre os estados brasileiros, com cerca de 640 km de extensão, e as informações sobre esses animais são escassas.
A equipe do CMA/IBAMA percorreu cerca de 65 quilômetros de praias abertas, entre as localidades de Canto do Atins no município de Barreirinhas e Barra da Baleia, no município de Primeira Cruz. A equipe encontrou seis carcaças de mamíferos aquáticos, sendo duas baleias e quatro golfinhos, todas já em avançado estado de decomposição, o que dificultou a identificação das espécies. Uma baleia cachalote de cerca de 10 metros, que encalhou em dezembro passado, ainda estava na praia.
A quantidade de animais encontrados surpreendeu os analistas. Este estudo trará informações inéditas sobre a ocorrência dos mamíferos aquáticos na região, principais espécies encalhadas e causas de mortalidade, gerando subsídios para a conservação da fauna marinha. O trabalho também deverá levantar informações importantes sobre a interação dos cetáceos com a pesca. Somente nesta expedição, foram encontrados três golfinhos com indícios de interação humana, o que causou preocupação e merece maior atenção. As nadadeiras caudais, órgãos e tecido do dorso dos animais estavam ausentes e um espécime apresentava hematomas na cabeça.
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Pontos estratégicos, como prefeituras, colônias de pesca, restaurantes e cabanas de pescadores, foram visitados pela equipe, que informou à comunidade sobre a importância do atendimento aos encalhes de mamíferos aquáticos. Foram distribuídos folhetos com o telefone de contato do CMA/MA, visando à formação de uma rede de colaboradores locais, pois segundo os relatos obtidos nas comunidades é comum o encalhe de grandes cetáceos na região, haja vista o número de ossos observados em diversos locais.
Nessa primeira etapa de monitoramento, a equipe realizou um reconhecimento da área para definição do melhor roteiro a ser percorrido nas próximas expedições e dos equipamentos necessários. Foi difícil chegar às praias, pois não existe estrada e todos os acessos são de areia fofa, entre dunas, restingas e áreas alagadas. Só é possível andar pela região com caminhonete com tração 4x4 e para acertar os caminhos é preciso contar com a orientação de um guia local.
O trabalho foi acompanhado por funcionários do PARNA Lençóis Maranhenses e a próxima expedição deverá ocorrer em fevereiro, antes da temporada de cheias na região.
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