CODÓ - A população codoense reclama da falta de estrutura e mau atendimento prestado pelo serviço público de saúde. Na opinião dos moradores de baixa renda, que são aqueles que mais necessitam da gratuidade do serviço, o sofrimento é enfrentado de segunda à sexta-feira por quem precisa de uma consulta médica no Hospital Geral Municipal (HGM), o maior da cidade.
A partir das 21h, o movimento começa na porta do hospital. São pessoas de vários bairros e da zona rural, obrigadas a passar a noite inteira dormindo em bancos de madeira ou no chão do lado de fora do HGM para conseguir uma ficha de consulta ou solicitação de exames no dia seguinte.
O Estado encontrou deitados sobre um pano estendido no chão, a lavradora, Maria Desterro Lima, e seu filho de 4 anos. A criança, segundo ela, trazida por não ter com quem ficar em casa, já dormia por volta das 23h30. “Venho cedo para não ter que vir de madrugada com medo da bandidagem. É o jeito dormir no chão mesmo”, disse a lavradora.
Ao lado da lavradora mais de 10 pessoas entre homens e mulheres de todas as idades. O pior é que noites assim na porta do HGM, nem sempre significa que o cidadão garantirá a marcação de sua consulta ou exame na manhã seguinte. O lavrador Carlos Alberto de Araújo Silva contou que estava ali pela 8ª vez na tentativa de conseguir marcar ultrassonografias e exames ginecológicos para a irmã e uma cunhada.
“De manhã as atendentes dizem: Ah! Acabou a ficha ou deixa para outro dia, já está cheio, já está completo. Aí só resta voltar de novo. O que eu vou fazer?”, questiona Carlos Alberto.
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Central
No início do ano, a Prefeitura anunciou que seria instalada uma Central de Marcação de Consultas. Com ela, o paciente só precisaria ir até o centro de saúde de seu bairro marcar o dia e o horário que desejasse ser atendido pelo médico de sua preferência. O ano está terminando e a promessa não saiu do papel.
O que torna a situação ainda mais difícil é o fato do cidadão ser obrigado a repetir o sacrifício para marcar a consulta e depois, se for pedido pelo médico, enfrentar tudo novamente para marcar o exame.
O secretário municipal de Saúde, José Marcolino Júnior, informou que a Central de Marcação de Consultas deverá ser instalada num prazo de 60 dias. Quanto às filas e a espera noturna na porta do HGM disse que irá propor à direção do hospital alguma medida que melhore o atendimento. José Marcolino Júnior não explicou que medida será essa.
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