BALSAS – O aumento da criminalidade na região de Balsas, onde ocorreu um roubo de três carretas de uma rede de supermercado, levou empresários e políticos regionais a reivindicar a instalação de uma vara federal no município, um dos maiores produtores de soja do país, distante mais de 800 quilômetros de São Luís, capital maranhense. O pedido foi feito ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, que esteve no fim de semana com o senador José Sarney (PMDB-AP) em visita à região.
Segundo o prefeito de Balsas, Chico Coelho (PFL), a instalação da vara federal irá desafogar o trabalho da Justiça estadual e, em contrapartida, a região contará com a presença mais efetiva da Polícia Federal. Atualmente, qualquer operação de combate a crimes federais somente é feita pela Superintendência da PF que está em São Luís. Ou seja, a região está atrelada ao efetivo policial que se encontra muito distante. Outra idéia seria que essa região pudesse ser subordinada à PF de Imperatriz, município que se situa a 350 quilômetros de Balsas.
Durante um jantar no vilarejo de Santa Luzia, o ministro Vidigal prometeu a realização de estudos para se saber da viabilidade do pedido. O presidente do STJ disse que vem defendendo a interiorização da Justiça Federal, já que o crime organizado tem se deslocado para o interior brasileiro. Na oportunidade, o presidente Vidigal informou que pretende também instalar varas nos municípios de Bacabal e Barra do Corda. Os três municípios têm população de 243.151 habitantes.
"Isso poderá ser possível a partir do projeto de lei que enviaremos à Câmara dos Deputados ainda nesta semana. Ele prevê mais 400 novas varas federais no Brasil, começando com a implantação de 50 unidades a partir do próximo ano", disse o ministro.
O prefeito de Balsas informou ao ministro que dispõe de local para a instalar a vara federal. Chico Coelho disse que sua administração mantém interesse no projeto "Cidade Judiciária", cuja experiência vem sendo desenvolvida em Caxias, na região de Cocais, também no Maranhão.
Viagem pelo rio Balsas
A ida do ministro Vidigal à região teve por objetivo integrar a comitiva do senador José Sarney, que, nesse fim de semana, navegou pelo rio Balsas. Com isso, o senador Sarney recordou do tempo de menino, na ditadura do presidente Getúlio Vargas, quando a bordo de uma balsa, deslocou-se com a mãe, dona Kiola, e o irmão Evandro para que todos pudessem encontrar o pai Sarney de Araújo Costa. Naquela época, Balsas era considerado um dos locais mais inóspitos, e o patriarca fora deslocado para lá como forma de punição.
Para realizar o trajeto, empresários e políticos amigos do senador Sarney se cotizaram para a construção de uma réplica da embarcação. Abastecida com mantimentos, a balsa zarpou de um ancoradouro no vilarejo de São José no final da manhã de sábado (27).
"Há muito tempo o presidente Sarney falava desse sonho que agora é realizado. O prefeito Chico Coelho se encarregou então de providenciar uma réplica da balsa. E como sou amigo estou aqui ao lado dele", disse o ministro Vidigal, no momento em que a viagem se iniciava.
No transcurso da viagem, muita cantoria. Antista do Acordeão animava o ambiente com muito forró. Até o presidente Vidigal deu uma canja.
No início da noite, chegou-se ao vilarejo de Santa Luzia, onde, após o jantar, a comitiva pernoitou. No domingo (28), o trajeto foi retomado. Bem cedo todos foram acordados com o foguetório. A rústica embarcação seguiu pelo rio Balsas até o destino, na beira-rio da cidade de Balsas.
Lá, a comitiva foi recebida com foguetório. Faixas saudavam o senador José Sarney e o ministro Edson Vidigal. Do cais, a comitiva seguiu para um restaurante onde foi servido o almoço. À noite, todos foram à missa numa igreja de Balsas.
As informações são do Superior Tribunal de Justiça.
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