Chagas presta depoimento no Fórum de São José de Ribamar

O mecânico foi interrogado sobre os assassinatos dos garotos Júlio César e Nonato Silva.

Jornal O Estado do MA

Atualizada em 27/03/2022 às 14h54

Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, acusado pela morte de 29 crianças no Maranhão e 12 em Altamira, no Pará, foi ouvido nesta sexta-feira, 7, em audiência de interrogatório no Fórum de São José de Ribamar.

Ele foi interrogado sobre os casos relacionados aos meninos Júlio César Pereira Melo e Nonato Alves Silva, assassinados, respectivamente, em 18 e 28 de junho de 1998, nas matas de Ubatuba, no interior da Ilha.

Júlio César desapareceu da Vila J. Lima, onde morava, quando ia à feira do bairro, na qual o avô trabalhava, buscar comida. Nonato Alves desapareceu 10 dias depois, quando brincava com alguns colegas na esquina da rua onde residia.

Chagas contou que convidou Júlio César para colher legumes, oferecendo-lhe R$ 5,00 em troca. Seduzido pelo dinheiro, o menino subiu na garupa da bicicleta do acusado e nunca mais voltou para casa. Os restos de seu corpo foram encontrados um mês depois.

frutas

Quanto a Nonato Alves, o maníaco explicou que passou em uma bicicleta e, ao observar o menino, fez-lhe o convite para que lhe ajudasse a apanhar frutas. Dias antes, o acusado já havia tentado levar o irmão de Nonato, mas não conseguiu. A ossada da vítima também foi encontrada nas matas de Ubatuba, mas muito tempo depois.

Na época, o vigia Robério Ribeiro Cruz foi acusado pelos dois crimes. O de Júlio César, conforme as investigações, teria como motivação um caso que Robério tivera com a mãe do menino, Iraci, que estaria lhe procurando com freqüência em sua casa. Ele teria cometido o crime para afastá-la da área. A morte de Nonato Alves, 10 dias depois, serviria apenas para desviar as investigações. Robério foi preso e chegou a confessar o primeiro caso.

Na Justiça, entretanto, Robério negou envolvimento no assassinato, alegando que a confissão teria ocorrido em razão de ter sido torturado psicológica e fisicamente. Mesmo assim, ele foi denunciado, processado, julgado e condenado a 20 anos de reclusão, dos quais cumpriu seis anos, quatro meses e 16 dias. Chagas confessou os dois crimes ainda no primeiro semestre do ano passado, mas somente no dia 30 de dezembro Robério obteve a liberdade, para aguardar a revisão da sentença, solicitada pelo advogado Armando Campelo, em casa.

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