SÃO LUÍS - O senador João Alberto de Sousa (PMDB) voltou a condenar ontem a postura do governador José Reinaldo Tavares em tentar, mais uma vez, responsabilizar os senadores maranhenses pela não votação, pelo Senado, do empréstimo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 81 milhões) - e não US$ 40 milhões, como insiste em afirmar o governo - junto ao Banco Mundial.
“Lamento profundamente que esse empréstimo seja o apanágio de uma campanha sórdida para justificar o fracasso de um governo”, afirmou João Alberto.
A diferença de US$ 10 milhões (R$ 27 milhões) refere-se à contrapartida do governo de US$ 6,5 milhões (R$ 17,5 milhões) e das entidades envolvidas no valor de US$ 3,5 milhões (R$ 9,5 milhões). Esses US$ 10 milhões não serão motivo do empréstimo.
Segundo João Alberto, o governador mostra total desconhecimento do funcionamento do Senado, que está com a pauta trancada por conta de várias Medidas Provisórias. Além disso, a inadimplência do Maranhão junto ao Governo Federal inviabiliza o empréstimo.
“O governador está demonstrando completa ignorância do funcionamento do Senado. Lamento profundamente sua postura ao reafirmar coisas desconexas, tentando atingir a imagem dos senadores do Maranhão. Nós queremos que o projeto seja aprovado. Se não quiséssemos, a matéria não teria passado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). No meu entender, o resto é coisa menor para se procurar agredir os senadores do Maranhão. Nossa posição é firme na defesa do projeto porque sempre nos postamos em benefício do estado”, disse João Alberto, ontem à tarde, após tomar conhecimento de declarações feitas pelo governador na instalação do Conselho de Segurança Alimentar.
Calamidade
Presidente do Conselho de Ética da Casa, o senador diz que no próprio Orçamento do Estado o governador já prevê o empréstimo de R$ 81 milhões, o que comprova que o valor é de US$ 30 milhões e não US$ 40 milhões, como ele vem afirmando.
João Alberto lamenta que, apesar de toda a experiência como ex-governadores bem-sucedidos, os senadores maranhenses nunca tenham sido chamados para participar de questões administrativas do atual governo. “Se fôssemos ouvidos no momento oportuno, não estaríamos enfrentando essa calamidade pública-administrativa que enfrenta o estado”, assinalou.
Para ele, José Reinaldo está procurando um bode expiatório para justificar um possível atraso na folha de pagamento do Estado e a continuidade do calote no empresariado local. “O que ainda tenho a dizer é que, em apenas três anos, conseguiram desarrumar uma administração competente e laboriosa que foi a da ex-governadora Roseana Sarney”, finalizou.
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