Ponte do Estreito dos Mosquitos é liberada após 24h de interdição

Revoltados, motoristas tiveram que utilizar a ponte férrea.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h55

SÃO LUÍS - Após 24 horas de engarrafamentos quilométricos e muita indignação por parte das pessoas que deixavam ou chegavam à Ilha de São Luís, a passagem pela ponte Marcelino Machado, sobre o Estreito dos Mosquitos, foi liberada ontem à tarde, por volta das 14h.

A interdição aconteceu às 14h de sábado. Procurado por O Estado, o engenheiro responsável pela obra na ponte recusou-se a falar para explicar os motivos da interdição.

Durante o período de interdição, homens trabalhavam intensamente no reparo do que parecia ser uma rachadura na ponte, mas também recusaram-se a falar com O Estado. Enquanto isso, formavam-se nos dois sentidos da ponte, filas de veículos de cerca de 3 km – entre carros de passeio, ônibus, vans, caminhões e carretas. A travessia estava sendo feita pela ponte ferroviária, sendo que o tráfego era feito em horários alternados para os dois sentidos, com uma hora para o sentido São Luís/continente – onde a fila de veículos era maior - e meia hora para o sentido continente/São Luís.

Somente dois veículos podiam passar de cada vez. Isso fez com que os motoristas que estavam em São Luís esperassem até três horas para fazer a travessia para o continente, o que gerou muita revolta. Motoristas de carretas e caminhões que retornavam para estados como São Paulo, Espírito Santo e Pernambuco não agüentavam mais a longa espera. “É muito ruim esperarmos todo esse tempo e ainda termos que pegar a estrada, o que torna a viagem muito cansativa. Estou indo para Pernambuco e não tenho nem como prever quando chegarei lá”, disse o motorista de carreta João Paulo Silva, 51 anos.

Revolta

Jonas Sousa, 35 anos, que retornava para São Paulo, não escondia sua revolta com a espera. “É a única cidade que já vi esse problema para entrar e sair. Isso tem que ser resolvido logo, senão ninguém mais vai querer trazer carregamento para cá”, afirmou.

Os ludovicenses que tiraram o domingo para visitar municípios próximos à Ilha ficaram bastante irritados com a interdição da ponte. A videomaker Irene Pereira, 39 anos, planejou ir ao município de Axixá. Pensando que a passagem seria rápida, resolveu enfrentar o engarrafamento, mas disse ter se arrependido após mais de uma hora de espera. “A situação em que se encontra essa ponte é culpa da administração pública. Será que as autoridades nunca perceberam que essa é a única via terrestre de saída da Ilha e que, portanto, tinha que ser reparada constantemente? É pura negligência e um desrespeito às pessoas”, reclamou.

Os universitários Mário Fontes, 24 anos, Antônio Júnior, 23, e mais dois amigos resolveram passar o domingo em Morros, mais precisamente no rio Una, mas tiveram que adiar os planos. “Se formos enfrentar esse engarrafamento, chegaremos lá na hora de voltar, e não vale à pena. Problemas como esse da ponte, aliados a tantos outros que temos em nossa cidade, só prejudicam a imagem do Maranhão, pois, com certeza, as pessoas saem falando mal e não voltam”, disse o universitário Mário Fontes.

A funcionária pública Janete Martins, 32 anos, disse que não sabia da interdição da ponte e que, por isso, saiu de casa cedo, por volta das 7h, para ir ao município de Rosário visitar parentes.

Por volta das 11h, ela ainda não tinha conseguido atravessar a ponte ferroviária. “O que vejo é um descaso muito grande das autoridades competentes em relação a esse ponte. Um descaso de anos, que não tem como ser resolvido a curto prazo e que só nos prejudica”, declarou.

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