SÃO LUÍS - A exemplo de outros estados, o Maranhão faz pesquisas de combustíveis alternativos ao óleo diesel. Segundo o diretor-presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Edson Nascimento, o interesse volta-se para o babaçu e a soja.
Professores e membros do Grupo de Combustível Alternativo (GCA), Henrique Cardias e Fernando Carvalho Silva estão trabalhando para agregar novos pesquisadores e formar parcerias com instituições governamentais e não governamentais para incentivar a implementação do biodiesel no Estado.
O Programa Biodiesel, que será implantado ainda este ano no Maranhão, tem levado os governos estaduais a desenvolver projetos a partir de uma planta oleginosa de cada região. No Pará, é o dendê; no Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a mamona; no Sul e no Sudeste, a soja.
Edson Nascimento diz que o Maranhão possui os maiores estandes de babaçuais do Brasil, 80% deles estão aqui. Grande parte da população rural se dedica à coleta de coco e à produção do biodiesel, o que poderá fomentar o sistema de produção agro-extrativista, gerando milhares de empregos diretos/indiretos e melhorando a qualidade de vida tanto da população urbana quanto rural, acredita. O projeto será implantado inicialmente na Baixada Maranhense.
Nascimento também informou que o Fundo Setorial de Energia aprovou recentemente recursos da ordem de R$ 700 mil para o Maranhão, que serão aplicados na planta piloto. A Fapema também tem mantido bolsistas que estão trabalhando para viabilizar a conclusão do projeto, assim como promovido a vinda de técnicos e pesquisadores para a preparação de projetos veiculados ao programa biodiesel.
Também denominado combustível verde, o biodiesel é produzido a partir de matérias primas renováveis, como óleos vegetais, e podem ser usados como aditivos em motores do ciclo diesel. O Brasil consome anualmente 36 bilhões de litros de óleo diesel, dos quais 10% são importados já refinados e outros 20% refinados pela Petrobras, informa Edson Nascimento. Atualmente, a produção de óleos vegetais é de 3,5 bilhões de litros, aplicados para fins alimentícios.
Extrativismo - O babaçu é o principal produto do extrativismo vegetal do Maranhão. Um quarto do território maranhense é coberto por esta palmeira nativa. O Maranhão é grande produtor nacional de amêndoas de babaçu, responsável por quase 80% da produção brasileira. Desta palmeira, praticamente tudo pode ser aproveitado.
O babaçu fornece 68 subprodutos. O fruto é utilizado na fabricação de óleo, carvão, leite, ração para gado, nos trabalhos de artesanato. Na zona rural, as folhas são usadas para cobrir casas. Transformam-se também em cestos e esteiras e fornecem celulose para a industrialização do papel. A partir do babaçu também são extraídas substâncias para a fabricação de detergentes, sabão, margarina, cosméticos, asfalto entre outros.
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