Ucrânia participará de gestão na base de Alcântara

Criada em Kiev a empresa binacional que vai administrar o Ciclone 4.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 15h19

BRASÍLIA - Acordo fechado entre Brasil e Ucrânia vai possibilitar àquele país participar da administração, na base de Alcântara no Maranhão, do lançador de satélites Ciclone 4.

Ontem, foi criada em Kiev a empresa binacional que administrará o Ciclone 4, lançador de satélites ucraniano que vai funcionar no Centro de Lançamento de Alcântara (MA).

A informação foi dada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, ao fazer um balanço das principais propostas do Governo Luiz Inácio Lula da Silva para o segmento na Comissão de Educação do Senado Federal.

"Estamos fechando um ciclo da política aeroespacial com a consolidação da base de Alcântara.

Este ano, vamos lançar o terceiro protótipo brasileiro de satélite e, ainda em setembro, vamos lançar nosso segundo satélite”, acrescentou. Amaral defende a aproximação com a Ucrânia: "Eles têm tecnologia e estão, ao contrário da maioria dos países do Primeiro Mundo, dispostos a transferir conhecimento".

Amaral disse aos parlamentares que, até o final deste ano, o Governo pretende criar 400 laboratórios de ciências em escolas públicas do País.

“Até o final do Governo, pretendemos levar laboratórios para ensino de matemática e ciência a todas as escolas públicas do Brasil”, afirmou.

Com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), serão implantadas 1.000 empresas de base tecnológica como parte do programa do ministério, que visa a agregar valor à matéria-prima.

O ministro reafirmou sua intenção de desconcentrar a pesquisa, criando centros de excelência nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

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“Dos 22 institutos de pesquisa existentes no País, 16 estão no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Precisamos universalizar o acesso ao conhecimento, que hoje está concentrado. O Centro-Oeste e o Nordeste não possuem um único instituto e existem apenas dois na Amazônia”, enfatizou.

Amaral disse que o País precisa formar mais doutores. Para isso, as universidades privadas, que representam 67% das matrículas do País, precisam investir mais em ciência e tecnologia.

“São necessários U$ 250 mil dólares para formar um doutor em um período de pelo menos 15 anos. É é preciso que a iniciativa privada seja incorporada à ciência e tecnologia com investimentos nessa área”, disse.

O ministro resumiu as principais metas do Governo em quatro campos: ética, inclusão, universalização da ciência e investimento em inovações tecnológicas, “O Governo Lula é o Governo da mudança para ciência e tecnologia. É inaceitável que apenas 10 milhões de brasileiros tenham acesso à Internet”, salientou acrescentando que, nos próximos quatro anos, o governo pretende dobrar os investimentos em ciência que hoje representam 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo Amaral, será criada uma rede nacional de tecnologia e uma secretaria de inclusão social já está atuando no Ministério.

Ele ressaltou que, como parte da criação de centros de excelência, serão instalados um instituto do Semi-árido na região Nordeste e um centro de tecnologia avançada no Rio Grande do Sul.

“Estamos negociando também a instalação de um centro de farmacologia no Ceará, em convênio com universidade do Estado. Estamos trabalhando também com a pesquisa de biodiesel, em parceria com 11 ministérios”, finalizou.

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