IMPERATRIZ - Personagens marcantes da Ditadura Militar, como Manoel da Conceição, Antônio Lisboa Brito, Jotinha, Joaquim Lavanca, José Viana de Sousa, Nonatinho, Antônio Batista da Silva, Rui Frazão e Epaminondas Gomes, poderão fazer parte de um memorial, caso o Projeto de Lei apresentado na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema), na última quarta-feira (17), seja aprovado pelo governador eleito Flávio Dino.
Em maio de 2012, foi instalada a Comissão Nacional da Verdade (CNV), para apurar e esclarecer, indicando as circunstâncias e a autoria, as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, prezando pela efetivação do direito à memória e a verdade histórica, além de promover a reconciliação nacional. Os membros da CNV colheram mais de mil depoimentos e realizou 80 audiências e sessões públicas.
Na Região Tocantina, a comissão apurou e apresentou os resultados sobre o caso do líder camponês Epaminondas Gomes de Oliveira, que foi morto sob custódia do Exército durante a ditadura.
A CNV apurou, também, o caso de Manoel da Conceição, que é reconhecido como a maior liderança camponesa do Maranhão. Hoje, com 80 anos de idade, ele mora com a esposa, em Imperatriz.
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Manoel só não foi assassinado durante a ditadura porque o Papa Paulo VI pediu, oficialmente, sua libertação. Na época, ele vivia em Pindaré-Mirim, onde se tornou o presidente do primeiro Sindicato de Trabalhadores Rurais do Maranhão, mobilizando milhares de trabalhadores de toda região.
Projeto
O Projeto de Lei para a criação do memorial, de autoria do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), é uma forma homenagear os maranhenses que foram vítimas da Ditadura Militar, propondo estudo e adoção de reparo moral e material às vítimas identificadas no relatório final da CNV que ainda estão vivas.
É previsto no projeto, também, o tombamento especial da antiga sede da Polícia Federal, no Centro de São Luís, porque ali foi identificado como local de tortura, segundo as investigações da comissão.
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