IMPERATRIZ – O Brasil tem a eleição mais cara do mundo, serão gastos, só nas eleições para presidente, governador e senador, R$ 5,2 bilhões. A afirmação é do juiz eleitoral da Comarca de João Lisboa e um dos autores da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis.
Segundo o magistrado, quando esses gastos são comparados com a riqueza do Brasil, esse quadro fica ainda mais grave, pois é um valor alto para um país com grandes dificuldades econômicas. Além disso, esses gastos alteram os resultados das eleições.
“Esses gastos tão gigantescos desnivelam completamente as eleições. Adultera o resultado dos pleitos favorecendo a eleição dos que foram beneficiados com doações generosas de empresas que a rigor não poderiam doar porque têm interesse imediato na maneira como o governo vai ser composto”, destaca Márlon Reis.
Para mudar a atual situação, o juiz aponta algumas saídas. A principal delas seria a reforma política, que mudaria as regras das eleições no país, diminuindo a força do dinheiro e aumentando as discussões.
“É preciso mudar as regras do jogo. As eleições não podem ser baseadas em dinheiro, elas têm que ser baseadas em programas, em ideias, em bandeiras. Nós temos que diminuir a força do dinheiro e aumentar a força das propostas, as forças das proposições políticas, e para isso é preciso mudar o sistema eleitoral brasileiro”, afirma.
Outro ponto destacado pelo magistrado é a Lei da Ficha Limpa, que barrou a candidatura de, aproximadamente, 200 candidatos com condenações em todo o Brasil, dentre eles, três candidatos a governador.
A lei, segundo Márlon, além de está cumprindo o papel regulador do processo eleitoral, ela também tem um papel pedagógico que é levantar o debate sobre o passado dos candidatos.
Para o juiz também é preciso democratizar o processo político no Brasil, repensar a reeleição e estabelecer uma limitação para mandatos parlamentares, pois poucas pessoas participam do poder político no país.
“Uma democracia pressupõe renovação, pressupõe alternância, pressupõe participação. Há muitas pessoas que se perpetuam de maneiras indefinidas em mandatos parlamentares, nós achamos que tem que haver limitação. A ideia da reeleição precisa tem que ser rediscutida. Precisamos democratizar a democracia”, finaliza.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.