Imperatriz

Sobe para três o n° de mortes por dengue hemorrágica

João Rodrigues, Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h20

IMPERATRIZ — A morte de uma mulher de 50 anos com sintomas parecidos com os da dengue hemorrágica colocam as autoridades de saúde em alerta, em Imperatriz, a segunda maior cidade do Estado. A dona-de-casa Antonia de Sousa Silva seria o terceiro caso da doença somente este ano. O caso mais recente foi notificado a menos de uma semana.

O eletricista Manoel Messias da Silva denunciou à imprensa que faltou atendimento médico a sua esposa no Hospital Municipal (Socorrão).

Antonia Silva começou a passar mal, no dia 22 do mês passado, quando apresentou sintomas da doença como vômito de sangue e baixa das plaquetas.

Os familiares levaram a mulher ao Hospital Municipal, mas lá o médico plantonista fez uma medicação com soro e a mandou de volta para casa com a orientação de procurar o posto de saúde onde seria solicitada uma bateria de exames.

Manoel Messias disse que atendeu a orientação e, após os exames, o médico do posto de saúde atestou por meio do teste do laço que o quadro de dengue hemorrágica.

De volta do hospital Manoel Messias, disse que conseguiu internar a mulher, mas o quadro dela só piorava sem o atendimento adequado até que, na quinta-feira (11), a mulher não resistiu e morreu. Horas antes do óbito, ele disse que uma filha ainda pediu ao médico conhecido por Felipe, responsável pelo atendimento a apciente, que solicitasse um exame de raio “x” do abdomem, mas ele teria se negado.

Diante da recusa, a jovem, segundo Manoel Messias, ligou para um vereador e este acionou o prefeito Sebastião Madeira que determinou ao subsecretário de saúde, Irisnaldo Felix da Silva, para acompanhar a paciente, mas já era tarde.

“O que mais me intriga, o que mais me ignora e o que mais me irrita é que o médico (Dr. Felipe) viu esse relatório dos enfermeiros e não ligou para agir com mais sinceridade, com mais garra, como ele sendo médico para dar mais atenção aquele caso porque estava grave, vomitando sangue”, desabafou Manoel Messias. Ele disse que, se tiver apoio, ingressará com uma ação na Justiça contra o hospital pelo descaso no atendimento à mulher.

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Antonia Silva era casada há 31 anos com Manoel Messias com quem teve cinco filhos. Ela era evangélica da Igreja Assembléia de Deus. O enterro será, nesta sexta-feira, em Imperatriz.

Secretaria determina investigação sobre mal atendimento

O subsecretário municipal de saúde, Irisnaldo Felix da Silva determinou, ontem, que seja feita uma investigação rigorosa no prontuário da paciente Antonia Silva durante os oito dias em que ela ficou intenada no Hospital Municipal. O objetivo é descobrir se houve negligência no atendimento à paciente.

Irisnaldo Felix disse que a Secretaria de Saúde não tem como definir se a morte da mulher foi por dengue hemorrágica, embora pessoalmente não acredite nesse diagnóstico inicial.

“Esse diagnóstico dado inicialmente baseado no teste do laço, como o Ministério da Saúde preconiza e entra como critério de gravidade, mas a prova do laço pode dar positivo em vários tipos de patologia, não é só a dengue que dá, ou seja, numa prova de não positivo não é indicio de que aquilo é dengue, o caso dela eu diria que o diagnóstico o menos provável é que fosse dengue e principalmente a dengue hemorrágica”, disse Irisnaldo Felix.

O subsecretário garantiu à secretária que vai investigar o prontuário e isso inclui colheita de informações com enfermeiros e o médico que atendeu a paciente. O procedimento terá duração de quinze dias e se for comprovada a negligência o médico vai responder a procedimento administrativo que também será levado ao conhecimento do Conselho Regional de Medicina.

Outros casos

Um homem e um adolescente morreram este ano com sintomas parecidos com o da dengue. Dos três, segundo Irisvaldo Felix, o que clinicamente aponta para dengue hemorrágica é do estudante Jeferson de Sousa Barreto, de 16 anos.

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