CODÓ - A cidade de Codó cresce a medida que o êxodo rural evolui. O bairro Codó Novo é o que mais recebe lavradores em busca de um lugar para construir moradias simples, a maioria de paredes de barro e talo com cobertura de palha, em terrenos divididos na forma explicada pelo aposentado Domingos Santana.
“Faz uma cerca no meio, outra pra li, o que fica no meio aí é nosso e ninguém mexe não senhor. Escritura não, tem não”, explicou.
A maioria nem sabe de quem é a terra, mas vai vivendo. Quando muitos chegaram era tudo área rural particular ou do Estado, porém o povoamento acabou transformando o lugar em extensão da área urbana.
Identificação
Para identificar o espaço em questão é preciso traçar uma linha imaginária do chamado morro do Aluízio para o lixão de Codó. Isso engloba parte das vilas Cristina e Ricardo Archer, que ficaram limitadas pela demarcação do Iterma (Instituto de Terras do Maranhão) e se estende aos portões da antiga Escola Agrotécnica(hoje IFMA) indo até a beira do rio Codozinho.
O Iterma fez a demarcação de exatamente 262 hectares e ontem (22), fez a doação ao município de Codó para que este, por sua vez, entregue a escritura individual para cada morador.
“Como a área era do Estado, o Estado do Maranhão através do Iterma está fazendo a doação à Prefeitura Municipal para que a prefeitura, através de um projeto de regularização, faça também a doação à todo o povo que ocupa esta área”, disse o presidente do Iterma, Carlos Alberto Galvão
Divisão
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Mas cerca de 700 famílias ainda terão que esperar um pouquinho mais até receber a escritura do terreno onde construíram suas casas. O trabalho burocrático da Prefeitura ainda vai começar.
“O prefeito, Zito Rolim, já começa a trabalhar, e através de consultoria, pra fazer um levantamento, que verba precisa, qual o valor o montante que é pra fazer um trabalho em toda área, identificando, levantando imóvel por imóvel e aí sim fazer uma grande festa entregando para os moradores”, afirmou José Cordeiro de Oliveira, secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para quem vive na área de invasão pouco importa o tempo em que o documento virá. O lavrador, José Batista Couto, ressaltou – o importante é que venha. Há seis anos ele comprou o terreno onde mora por R$ 150,00 sem qualquer comprovante.
Quando a escritura chegar, irá embora o medo que tem de perder, para ele, um importante investimento.
“Tendo a escritura é bom, a gente querendo negociar. Só que eu não quero pra negociar, quero pra família mesmo morar", confirmou o agricultor.
Sabiazal
O Estado também entregou o chamado Título Comunitário à Associação de Produtores Rurais de Sabiazal. A comunidade, de 192 famílias, esperou 16 anos, mas agora, oficialmente, tem a posse e o domínio de 2.137 hectares, podendo beneficiar-se de vários programas de custeio agrícola do Governo Federal. Ninguém pode vender nada. A entrega do título rural e do documento de doação na cidade foi feita pela Secretária Estadual de Agricultura, Conceição Andrade, acompanhada do prefeito Zito Rolim.
“A questão já existia desde o primeiro governo Roseana Sarney mas nunca nenhum prefeito havia se comprometido com esta situação e nós nos comprometemos em resolver esta situação, que nós iríamos buscar o direito dessas comunidades e, exatamente, esta doação que foi feita hoje para o município que daqui pra frente nós vamos iniciar o processo de doação a cada morador que tenha sua casa construída aqui nesse bairro”, garantiu Zito Rolim.
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