Codó

Número de adultos sem certidão de nascimento é grande

Nem mesmo campanhas educativas têm incentivado estas pessoas a buscarem o documento.

Acélio Trindade/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h06

CODÓ - Na zona rural de Codó ainda é grande o número de pessoas sem registro de nascimento, a maioria é por descuido. Tem gente que só se interessa, porque o registro é necessário para conseguir alguns benefícios do governo. Nem mesmo as campanhas educativas têm incentivado estas pessoas a buscarem o documento.

O lavrador, Braz Pereira da Silva, carregava consigo um problema desde a infância: dedicado aos trabalhos da roça, chegou a idade de se aposentar sem ter uma certidão de nascimento. "Não, falta de interesse mesmo, nunca me interessei, não precisava", afirmou.

A aposentada Raimunda Nonata Monteles, amiga da família do lavrador, soube e se interessou. Foi além do incentivo, esteve com ele durante os três burocráticos meses necessários para se conseguir um registro depois dos 12 anos.

- No hospital, gente sempre procurava: "Seu Braz, cadê? O senhor não tem uma identidade, não tem um registro para fazer a ficha?" - lembrou a amiga.

A persistência da amiga resultou em um momento especial, ocorrido nesta terça-feira (20), na Central de Registros, para o mais novo cidadão maranhense, agora oficialmente reconhecido como Braz Pereira da Silva, de 69 anos. "Estou feliz vendo ele hoje de uma criança passar pra ser adulto, que nasceu hoje", concluiu dona Raimunda.

Principalmente na zona rural do município de Codó, casos como o de seu Braz ainda são muito frequentes. Mas na Central de Registros, eles ainda chegam em menor número. Para se ter uma ideia, na maioria dos meses do ano, o número dos chamados registros fora do prazo não passa de seis.

O coordenador da Central, Mauro Sérgio de Abreu Ribeiro, diz que a explicação mais utilizada quando eles chegam é a de que não sentiram a menor necessidade até então, mas agora com a saúde abalada e a aposentadoria chegando, o tempo certo de tirar o registro chegou. Outro problema notado é que este tipo de comportamento acaba sendo repassado para os filhos, o que dificulta a expedição do registro.

- Demora quanto tempo?

- Dependendo do caso, dois, três meses, quatro, as vezes até mais.

- Diferente de quanto é dentro do prazo?

- Exatamente, dentro do prazo recebe no mesmo instante que faz - respondeu.

Apesar das dificuldades com os adultos, a Central continua com uma média mensal de 200 registros de nascimento expedidos para pessoas com até os 12 anos de idade. Número considerado satisfatório.

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