CODÓ - Familiares e amigos de vítimas recentes da violência em Codó foram às ruas ontem (21) protestar. Foi uma passeata carregada de lágrimas e de casos de impunidade. Maria Telma da Costa Rocha, 20 anos, irmã de Ana Célia que carregava um cartaz pedindo justiça, estava grávida de 8 meses quando foi assassinada a facadas pelo ex-namorado na rua Cristina Archer, Codó Novo, dia 25 de novembro de 2007. O assassino passou menos de 3 meses preso , fugiu da delegacia e nunca foi recapturado. Ana conta que a família vive com medo.
- A família tem medo?
- Tem, nós estamos com medo porque as coisas estão muito perigosas, mas fazer o quê? Tem que pedir justiça mesmo - confessa Ana Célia da Costa Rocha, de 17 anos.
Crueldade
O filho da dona de casa, Maria Altina da Paz foi assassinado a tiros, em junho, e depois jogado dentro de uma caeira ainda em brasas, também no Codó Novo. Ficou irreconhecível. Pra aumentar a dor da mãe, o suspeito apresentou-se com advogado e está em liberdade.
“Eu sequer nem pude ter meu filho morto proque não tinha condição de ninguém ver, todo queimado. E aí só sei notícia dele brincando por aí e ainda fica contando como que tenha sido uma coisa natural”, reclamou aos prantos.
A maioria das vítimas tem entre 15 e 25 anos de idade. Nos casos de maior destaque que levaram à passeata – são jovens que foram assassinados por motivos considerados, até pela polícia, fúteis.
Sem motivo
A professora Rosení Sousa, viu o filho sair para uma seresta, mas não o viu chegar com vida na noite do último 5 de setembro. O suspeito, que está preso, teria mexido com a namorada de Antonio Marcos de Sousa, de apenas 22 anos. Ao reclamar recebeu 3 facadas. Para ela, a violência em Codó chegou à um nível inaceitável.
"A violência está enorme na nossa cidade, as pessoas que podem fazer alguma coisa estão de braços cruzados, tão fingindo que não tão vendo esta violência...as pessoas estão sendo assaltadas, pessoas armadas dentro da cidade, então nosso pedido é que as autoridades façam alguma coisa", desabafou a professora.
Queremos justiça
"Justiça" foi a palavra de ordem da passeata. Emocionada dona Pedrina de Sousa Barbosa, que perdeu o filho Isaías para a violência no dia 15 de maio assassinado a tiros no centro de Codó, também pediu que nenhum caso seja esquecido sem a devida punição.
– E eu como mãe, como cristã, Eu não me calo mais, esses processos não vão ficar engavetados, de jeito nenhum... Nós vamos lutar por justiça, nós vamos querer justiça nós não vamos ficar de braços cruzados mais - disse em tom de revolta.
No caso de dona Pedrina, o suspeito também encontra-se preso na delegacia de Codó. O delegado, Zilmar Santana, que cuida do caso também de Antonio Marcos de Sousa (filho da professora citada na reportagem), informou que ambos os inquéritos já foram concluídos e remetidos à Justiça. Quanto aos suspeitos, em fuga, existe um trabalho constante de recaptura.
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