CODÓ - Um dos mais violentos crimes contra a criança e o adolescente de Codó, o estupro, sofreu significativa queda no número de casos registrados pelo Conselho Tutelar. Em 2007, pelos dados apresentados na audiência pública dos conselheiros, nenhum estupro contra menores chegou ao conhecimento do órgão. Em 2008, houve casos, porém não passaram de 3 registros.
SOCIEDADE REAGE
A conselheira, Yracy de Sousa, atribui o resultado, satisfatório, ao trabalho de conscientização desenvolvido pelo Conselho Tutelar.“A sociedade, aos poucos, vai reagindo. Ela vai tomando conhecimento, por mais difícil que seja você aceitar, mas você tem que ter um pouco de temor em relação à isso, então nós como conselheiros nossa preocupação é essa. A partir da conscientização as coisas vão diminuindo, não está isento de acontecer, vai acontecer, mas as pessoas estão pensando mais antes de fazer”, afirmou a conselheira.
Quanto aos demais crimes de abuso sexual a situação ainda é preocupante. Nos últimos dois anos, nada menos que 40 menores foram abusados por adultos que tentaram, de forma libidinosa, satisfazer seus impulsos sexuais.
FAMÍLIAS PROTEGEM CRIMINOSOS
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Narcizo Ferreira, coordenador do Conselho Tutelar, afirma que este número pode ser bem maior, uma vez que muitas famílias continuam mantendo casos dentro de casa.“A família não gosta de denunciar talvez por proteger a imagem da vítima ou a imagem do agressor, talvez até o nome da família. As vezes prefere manter tudo no âmbito familiar” disse.
Outro problema é a configuração do crime quando denunciado. A criança tem dificuldades para contar tudo, os adultos se retraem.“Primeiro fica difícil pra gente perguntar pra uma criança sobre abuso, de outra forma que fica difícil também, pra ela responder, então é difícil de provar. Você tem que ver um profissional pra ver se consegue colocar o fato no papel e denunciar o abuso”, ressaltou.
FORA DA CADEIA
Por causa dessa dificuldade, muitos agressores estão fora da cadeia.“Com certeza porque a gente fica naquele ciclo porque a gente não consegue provar de forma alguma e aí não tem como enviar o caso ao Ministério Público se você não tem o mais importante que é a denúncia. Você não pode denunciar por si só se não tem provas. Existem muitos casos que a gente não consegue provar” , afirmou.
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