CAXIAS - O total de pessoas desabrigadas pela cheia do rio Itapecuru e pelos riachos São José e do Ponte, em Caxias, já chega a 401. Apesar do nível da água já ter retrocedido, na maioria dos 15 pontos de alagamento, a Defesa Civil Municipal ainda não liberou as famílias desabrigadas para retornarem às suas casas.
O motivo principal é o risco de desabamento. Algumas casas ficam próximas às encostas de morros ou estão completamente rachadas e úmidas por causa da cheia e das chuvas torrenciais que caem no município.
Foi por causa dos riscos de deslizamentos de encostas que o prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, decretou semana passada Estado de Emergência no município. As chuvas ainda não causaram mortes, mas as encostas dos morros derrubaram paredes e até casas. Lama e água invadiram quintais e ruas inteiras foram tragadas, como é o caso da “Nossa Senhora de Fátima”, no Bairro Volta Redonda.
O buraco aberto para a realização de um serviço de esgotamento sanitário transformou-se em uma enorme cratera e agora ameaça engolir casas, caso as chuvas persistam no município, como já prevê o Instituto de Meteorologia (Inmet). Os moradores da rua estão assustados e temem perder suas casas com deslizamentos.
“Toda vez que começa a chover me bate um desespero tão grande que eu fico agoniada e com medo de vê a terra engolir minha casa. Eu queria que a chuva passasse logo para consertarem essa rua porque é um risco muito grande que a gente corre todos os dias”, reclamou Valderina Ferreira.
Defesa Civil
A Defesa Civil estadual e nacional já foi comunicada sobre a decretação do Estado de Emergência. O prefeito de Caxias alegou que, dessa forma, será possível trabalhar mais rápido, já que não há necessidade de trâmites burocráticos para a liberação de recursos, na reconstrução da cidade.
Algumas ruas, pontes e rodovias estaduais foram completamente danificadas pelas chuvas que caem no município. O comandante do Corpo de Bombeiros em Caxias, major Francisco Silva, apontou também mais um problema. Ele disse que uma das maiores dificuldades está em convencer a população a sair das áreas de risco de desabamento.
“Já fizemos um levantamento, já avisamos a essas pessoas todos os riscos que elas correm, mas elas insistem em ficar onde estão e isso é muito perigoso. São diversas áreas que mesmo não sendo invadidas pelas águas, podem desabar por causa das chuvas e colocar a vida dessas pessoas em risco”, alertou o major.
Nos pontos onde a água baixou de nível, a limpeza faz parte da rotina dos moradores. Retirar a lama das casas e até mesmo das ruas é uma prioridade para quem viu o perigo de perto. “Pelo menos depois de todo esse horror a gente percebeu que a nossa casa ainda está de pé. Temos para onde voltar, apesar da sujeira”, conformou-se a dona-de-casa Jussara Gomes de Freitas.
Prédios
Em Caxias, não são apenas as residências que sofrem com a ação das águas. Monumentos históricos correm o risco de desabar. Na União Artística Operária Caxiense, uma das paredes que estavam sem telhado já desmoronou e as demais podem ruir a qualquer momento. O pior é que o prédio continua sendo freqüentado e está servindo como espaço para festas, mesmo com o risco de desmoronar sobre as pessoas.
O diretor da entidade, Nelson Monteiro de Sousa, disse que já chamou um engenheiro para avaliar o local e que este determinou que a área descoberta fosse isolada e que não fosse mexido em nada até o começo da reforma, que está prevista para começar na próxima semana. “Já temos a planta e os recursos. Estamos aguardando a chuva diminuir para poder começarmos a obra de recuperação da entidade”, informou o diretor.
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