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Médica que sequestrou bebê é presa suspeita de participar do assassinato de farmacêutica para ficar com criança, diz polícia

Cláudia Soares Alves teria planejado o crime para assumir maternidade de criança; outros dois suspeitos também foram detidos.

Imirante.com

Atualizada em 06/11/2025 às 15h09
Cláudia Soares Alves teria planejado o crime . (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

GOIÁS — A médica presa Cláudia Soares Alves, conhecida por sequestrar um bebê em um hospital de Uberlândia (MG), foi novamente detida nesta quarta-feira (5), desta vez em Goiás, suspeita de envolvimento no assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, ocorrido em novembro de 2020. A vítima foi morta com pelo menos cinco tiros quando chegava ao trabalho, no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia.

Segundo o delegado Eduardo Leal, da Polícia Civil, Cláudia teria planejado o crime com o objetivo de assumir a maternidade da filha da vítima, com quem o ex-marido de Renata mantinha relacionamento. A médica teria tentado retirar o poder familiar da mãe, que havia proibido o pai de ter acesso à criança enquanto estivesse com Cláudia.

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Prisões temporárias e investigação

Além de Cláudia, outros dois homens de Itumbiara, no sul de Goiás, foram presos temporariamente. Os mandados, cumpridos nesta quarta-feira, podem ser prorrogados por mais 30 dias e convertidos em prisão preventiva.

A Polícia Civil apura se os dois suspeitos — vizinho da médica e o filho dele — participaram diretamente da execução do crime. Segundo o delegado, Cláudia teria contado com o apoio deles para concretizar o plano.

Motivação e comportamento da investigada

De acordo com as investigações, a médica mantinha um quarto rosa com um bebê reborn, simulando a presença da criança que desejava assumir como filha. O delegado Eduardo Leal afirmou:

“Cláudia certamente entendeu que ceifando a vida da vítima seria mais fácil dela conseguir assumir esse poder familiar.”

A obsessão pela maternidade da criança teria sido o principal motivador do crime, que agora é tratado como homicídio qualificado com possível premeditação.

Histórico da médica

Cláudia Soares Alves já havia ganhado notoriedade após sequestrar um bebê em um hospital de Uberlândia. O caso anterior levantou suspeitas sobre o estado psicológico da médica e sua fixação por crianças.

Obsessão por ser mãe

A investigação apontou que Cláudia tinha uma obsessão por ser mãe de uma menina. De acordo com o delegado, ela fez de tudo, a qualquer custo, para conseguir isso. "Ela tentou adoções fradulentas com documentos falsos, ela tentou comprar um bebê no estado da Bahia e sequestrou uma recém-nascida, tirando a bebê do colo da mãe", ressaltou.

Há cinco anos, Cláudia já fazia fertilizações para tentar engravidar e não conseguia. Na casa da investigada, a Polícia Civil encontrou um quarto decorado, com várias roupas de criança pequena, um berço e uma bebê reborn dentro.

Segundo o delegado, os presos serão encaminhados para Uberlândia, onde ficaram à disposição do Poder Judiciário. A médica respondia pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas em liberdade.

Sequestro de bebê

A bebê nasceu por volta das 20h do dia 23 de julho de 2024, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Um vídeo mostra quando a médica chegou ao hospital, com roupa de profissional de saúde e máscara cobrindo o rosto, até a sua saída, carregando a criança.

Segundo a Polícia Civil, a médica se aproveitou do fato de ser concursada no hospital, mostrou o crachá e entrou. Com isso, se apresentou como pediatra aos pais e pegou a bebê, que tinha nascido havia apenas três horas.

A mulher saiu da porta do hospital com a bebê e fugiu em um carro vermelho. De acordo com a investigação, quando os pais notaram a demora para que a recém-nascida fosse devolvida à mãe, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido.

Após o crime, a polícia contou que a médica dirigiu da maternidade até a casa dela, no Jardim Morumbi, em Itumbiara, um trajeto de cerca de 135 km.

Na época, o advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.

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