Lula é segundo líder brasileiro recebido pela Academia Francesa

BRASIL - Ao ser homenageado nesta quinta-feira (5/6), em Paris, pela Academia Francesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a profunda afinidade cultural entre Brasil e França.

 “A Academia Brasileira de Letras nasceu do sonho de intelectuais brasileiros de criar, nos trópicos, um espaço de reflexão e criação semelhante ao da Academia Francesa”, afirmou Lula, ressaltando a inspiração direta que a instituição brasileira teve no modelo francês.

A cerimônia privada fez parte da terceira visita de Estado do presidente à França – a primeira desde o início de seu terceiro mandato. Na ocasião, Lula recebeu uma rara medalha de honra concedida a apenas 19 chefes de Estado ao longo dos 400 anos da instituição, entre eles Dom Pedro II, em 1872.

Em seu discurso, o presidente destacou: “A ligação entre a ABL e a Academia Francesa é testemunho da comunhão de mentalidades entre dois países que entendem que a palavra, para seguir plena e viva, precisa de instituições que a cultivem, promovam e defendam.”

A Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897, adotou princípios semelhantes aos da sua congênere francesa, incluindo o título de “Imortal” concedido a seus membros. “À frente desse projeto estava um homem extraordinário: Machado de Assis. Neto de pessoas escravizadas, autodidata, uma das maiores inteligências literárias da modernidade”, destacou Lula.

Origem humilde, orgulho imenso

Visivelmente emocionado, o presidente ressaltou sua trajetória pessoal. “Gostaria de dizer aos membros da Academia que estão homenageando um cidadão brasileiro que não é acadêmico. Nasci numa região muito pobre do meu país, o Nordeste. Tenho apenas o diploma do ensino primário e um curso técnico. Todo o restante aprendi com a vida, pela necessidade de sobreviver. É uma honra imensa ser o segundo brasileiro a receber esta distinção”, declarou.

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