Plenário

Câmara pode retomar nesta quinta votação de projeto sobre formação de motoristas de baixa renda

Ainda serão analisados destaques da oposição que podem alterar pontos do parecer do relator, deputado Alencar Santana (PT-SP).

Agência Câmara

Câmara Federal tem discussão de projetos de lei (Divulgação)

BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados pode retomar nesta quinta-feira (29) a votação da proposta que direciona parte dos recursos arrecadados com multas de trânsito para a formação de condutores de baixa renda.

Os deputados aprovaram em Plenário, nesta quarta-feira (28), uma emenda do Senado ao Projeto de Lei 3965/21, do deputado José Guimarães (PT-CE). Ainda serão analisados destaques da oposição que podem alterar pontos do parecer do relator, deputado Alencar Santana (PT-SP).

A parte da emenda aprovada que não está pendente de análise exige o exame toxicológico de todos os condutores de categoria A ou B para a primeira habilitação (permissão de dirigir). Atualmente, a exigência é somente para os condutores de categorias C, D e E, seja na primeira habilitação ou nas renovações.

Posto de coleta
Um dos pontos pendentes de votação é o trecho que permite às clínicas médicas cadastradas para exames de aptidão física e mental montarem posto de coleta de material para realização do exame toxicológico, a ser feito em laboratório credenciado. O destaque pretende excluir esse trecho.

“A principal vantagem da inclusão [dessa medida] está na ampliação da capilaridade da rede de coleta, permitindo que o condutor realize todos os exames obrigatórios em um mesmo local, com mais comodidade, menos custos e maior agilidade”, disse Alencar Santana.

O tema principal do projeto original continua como o aprovado pela Câmara em 2023. A receita para custear o processo de habilitação de condutores de baixa renda arcará ainda com as taxas e demais despesas relativas ao processo de formação de condutores e de concessão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Santana rejeitou aumentar a pontuação mínima para suspensão do direito de dirigir de 40 para 50 pontos, desde que o condutor não tenha infração gravíssima registrada. “O aumento do teto para 50 pontos, mesmo sem infrações gravíssimas, pode reduzir a percepção de risco e enfraquecer o caráter educativo das punições”, afirmou o parlamentar.

Transferência eletrônica
O relator, deputado Alencar Santana, retirou do texto a possibilidade de transferência eletrônica de propriedade de veículos por assinaturas eletrônicas. “Esse conteúdo demanda exame mais detido em proposição própria, que possibilite a formulação de norma sensível às especificidades de cada unidade da Federação e compatível com os recursos tecnológicos disponíveis”, disse.

Segundo Santana, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) poderá regulamentar o tema.

Porém, essa medida foi criticada por outros parlamentares, e a sessão do Plenário acabou sendo encerrada.

Para o deputado Kim Kataguiri (União-SP), a transferência eletrônica foi retirada por causa do lobby de cartórios. “Acho fundamental que os parlamentares que defendem desburocratização, redução de custo, que possamos fazer a transferência de propriedade por meio digital, sem a necessidade de custos e burocracia como hoje”, afirmou.

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), vice-líder da Minoria, também defendeu a mudança para permitir a transferência eletrônica. “Vivemos na era digital. Tudo se faz por meio eletrônico. E vamos usar cartório, gerando mais custos para o cidadão para transferência dos veículos?”, questionou.

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