Falso

Site de notícias foi clonado para divulgar conteúdo falso de candidata à reeleição no Tocantins

A prefeita de Gurupi (TO), Josi Nunes (União), não foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) às vésperas das eleições, diferentemente do que afirma um site neste domingo (6).

Projeto Comprova

Atualizada em 06/10/2024 às 16h27
Projeto Comprova. (Foto: Reprodução)

Falso

A prefeita de Gurupi (TO), Josi Nunes (União), não foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) às vésperas das eleições, diferentemente do que afirma um site neste domingo (6). Página clonou o portal de notícias Gazeta do Cerrado e alegou que a candidata à reeleição teria desviado recursos de merenda escolar.

Conteúdo investigado: Texto de um site que tem visual semelhante ao portal de notícias Gazeta do Cerrado afirma que a prefeita de Gurupi (TO), Josi Nunes (União), foi alvo de uma operação da Polícia Federal. O resultado da suposta ação teria sido a apreensão de R$ 2 milhões em espécie desviados de merenda escolar e cocaína em pasta.

Onde foi publicado: Site de internet.

Conclusão do Comprova: Não há registro de que a prefeita de Gurupi (TO) e candidata à reeleição, Josi Nunes (União), tenha sido alvo de operação da Polícia Federal às vésperas das eleições como informa um site que copia o leiaute de página da Gazeta do Cerrado. Não há nenhuma ação da PF registrada no site oficial da corporação, onde todas as operações são divulgadas (veja mais abaixo). A direção do portal já denunciou o site falso para a Polícia Federal e o TSE e a prefeita repudiou a atitude.

O jornal Gazeta do Cerrado informou ao Comprova que fez a denuncia do site falso à Polícia Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por meio do Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral – SIADE, ferramenta cidadã que permite denunciar fatos inverídicos ou descontextualizados que podem prejudicar as eleições.

“Lamentamos a tentativa de contaminar o processo eleitoral usando nossa marca. A Gazeta luta todos os dias contra a desinformação e só publicamos notícias checadas e apuradas. Buscaremos os autores da montagem e vamos pedir a responsabilização judicial”, disse Maju Cotrim, editora-chefe do veículo, em nota.

O site que imitou o jornal utilizou um endereço parecido com o verdadeiro, mas sem o “.br” no final. A página falsa também imitou o leiaute (visual do site) e copiou informações e notícias. O portal verdadeiro informou que tem marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e o link é o www.gazetadocerrado.com.br. A direção reforçou ainda que não procede a informação da suposta operação da Polícia Federal no município.

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Por meio de nota, Josi Nunes repudiou “a divulgação de uma fake news, sendo acusações infundadas que fazem parte de um ataque covarde e criminoso” contra a sua “candidatura e contra a liberdade de imprensa”. Josi acrescentou que “está adotando todas as medidas necessárias para identificar os responsáveis por esse crime eleitoral e garantir que eles respondam perante a justiça”.

O Comprova entrou em contato com a Polícia Federal para questionar se houve alguma operação no município de Gurupi. A assessoria respondeu que todas as ações são divulgadas no site e que “a PF não divulga nem confirma nomes de eventuais presos ou investigados”. Em uma pesquisa, a ação mais recente da PF que cita a cidade foi em agosto de 2024, mas o alvo foi uma secretaria do Governo do Estado.

Usamos a ferramenta Whois, que indica quem é o responsável pelo registro de páginas na internet, para tentar identificar a origem do site falso. Os dados indicam que o endereço dos responsável pelo site é uma rua na cidade de Reykjavik, capital da Islândia. A data de criação do domínio “gazetadocerrado.com” foi em 05 de outubro.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Fontes que consultamos: Sócios e editores do jornal Gazeta do Cerrado, Maju Cotrim e Marco Aurélio, Josi Nunes e a Polícia Federal.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Outras verificações sobre conteúdo enganoso ou falso nas eleições foram realizadas pelo Comprova como a do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), que usou documento falso para alegar que Guilherme Boulos (PSol) foi internado por uso de drogas, assim como a criação de páginas falsas na internet como um site que copiou um portal de notícias e inventou uma entrevista com Haddad sobre criptomoedas também foram checadas.

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