Política

Soco em marqueteiro de Nunes é registrado como lesão corporal

Duda Lima sofreu ferimentos no olho e precisou tomar pontos.

Bruno Bocchini / Agência Brasil

Atualizada em 24/09/2024 às 23h36
Debate eleitoral terminou com agressão em São Paulo. (Reprodução / Grupo Flow)

SÃO PAULO - A agressão do assessor do candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), Nahuel Medina, contra Duda Lima, publicitário do atual prefeito e também candidato Ricardo Nunes (MDB), foi registrada como lesão corporal pela Polícia Civil de São Paulo.

Na noite de ontem (23), no final de um debate eleitoral realizado pelo grupo Flow, Medina, de 26 anos, desferiu um soco no rosto de Lima, de 51 anos, logo após Marçal ter sido expulso do debate em razão de não ter cumprido as regras do evento. O caso foi registrado no 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, zona Sul da capital paulista.

“Um homem de 51 anos, assessor de um candidato, apresentava ferimentos após ter sido agredido pelo assessor de 26 anos de outro candidato. As partes foram encaminhadas à delegacia, onde assinaram um Termo Circunstanciado (TC). O caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) para as medidas cabíveis”, diz o texto de nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo.

Lima sofreu ferimentos no olho, precisou tomar pontos, e realiza na tarde de hoje uma bateria de exames no hospital Albert Einstein, na capital paulista.

Em nota, o Grupo Flow lamentou o ocorrido e disse que a polícia foi acionada e agiu rapidamente. “Lamentavelmente, após as considerações finais, houve um episódio de agressão. Para garantir a segurança de todos, contamos com uma equipe de seguranças dentro e fora do estúdio. Além disso, a polícia, que estava acompanhando o evento desde o início, foi prontamente acionada e agiu rapidamente”.

Medidas cautelares

A Polícia Civil de São Paulo pediu à Justiça uma medida cautelar contra Nahuel Medina, solicitando que o agressor seja proibido de se aproximar do publicitário a menos de 300 metros. A polícia ainda requereu que Medina não tenha contato com Lima, não possa frequentar os mesmos locais e seja proibido de postar ameaças ou ofensas contra o publicitário.

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“A decretação de tais medidas faz-se imperiosa com objetivo de prevenir a prática de novas infrações especialmente considerando o acirramento da campanha eleitoral, com previsão de novos debates nos próximos dias, onde há o risco de ameaças ou ataques”, diz o termo de representação assinado pela delegada Eliane Tomé Paro Bellagamba. 

Em depoimento, Lima disse que o agressor, após Marçal ser expulso do debate, aproximou um celular de seu rosto e que, para se desvencilhar da situação, afastou o aparelho. “Passados minutos, estava em uma roda com outros assessores, quando foi surpreendido pelas costas, com um golpe de soco violento contra sua face. Com o impacto, seus óculos quebraram e o chão ficou inteiramente ensanguentado”, diz o texto do depoimento do publicitário.

Já Medina disse em depoimento que, antes do início do debate, o publicitário havia o empurrado e que, após a expulsão de Marçal do debate, passou a filmar Lima com o celular. “Na hora que [o publicitário] percebeu que estava sendo filmado, foi com força em sua direção, enfiou as mãos por dentro de sua camisa e tirou o celular de suas mãos. Alega que, instintivamente, se defendeu, se assustou e levou a mão em direção ao indivíduo”, diz o texto do depoimento de Nahuel Medina.  

Racismo

A presidente estadual do PSOL de São Paulo e candidata a vereadora da capital paulista, Débora Lima, afirmou que foi vítima de racismo ao criticar, nas redes sociais, a agressão feita por Nahuel ao publicitário. 

“É tudo farinha do mesmo saco! Precisamos varrer o bolsonarismo de SP. É Boulos”, disse Débora em uma postagem no Instagram. Nos comentários, ela foi ofendida com palavras como “macaquinha”. 

“Em um post sobre o debate entre os candidatos a prefeito, fui ofendida com injúrias raciais explícitas. Nunca me calei perante ao racismo, e não vai ser agora que irão me intimidar. Já abri um boletim de ocorrência e vou até o fim para que a justiça seja feita e esse racista seja punido. É assim que deve funcionar em uma democracia”, disse.

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