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Semana do pescado pretende aumentar consumo do produto em 30%

Setor promove ofertas de peixes e frutos do mar para aquecer as vendas.

AgĂȘncia Brasil

A Semana do Pescado visa aumentar o consumo de peixes, crustáceos, moluscos e demais frutos do mar e derivados em todo o Brasil. (Foto: Reprodução/TV Mirante)

BRASIL - A 21ÂȘ Semana do Pescado, de 1Âș a 15 de setembro em todo o paĂ­s, pretende aumentar o consumo em, pelo menos, 30% em relação ao perĂ­odo normal de vendas de pescado. A estimativa foi feita nesta terça-feira (20) Ă  AgĂȘncia Brasil pelo ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin, idealizador do evento e presidente do International Fish Congress (IFC Brasil).

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Durante quinze dias, setores produtivos promoverĂŁo ofertas de peixes e frutos do mar para impulsionar a indĂșstria, supermercados, peixarias, restaurantes, feiras livres, pontos de venda no atacado e varejo, atĂ© chegar ao consumidor final.

“NĂłs percebemos que a população brasileira estĂĄ mais consciente em relação a quanto essa proteĂ­na Ă© mais saudĂĄvel e de fĂĄcil digestĂŁo, muito nutritiva. HĂĄ uma demanda crescente do consumo”. Nos Ășltimos 15 anos, ocorreu aumento do consumo de pescado da ordem de 60%. “Passamos de 3,5 quilos para 10 quilos por habitante/ano”.

A Semana do Pescado visa aumentar o consumo de peixes, cruståceos, moluscos e demais frutos do mar e derivados em todo o Brasil, fortalecendo ao mesmo tempo as atividades da pesca e da aquicultura e englobando toda a cadeia produtiva. Nesta edição, a campanha conta com apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), criador da Semana do Pescado, em 2003, e responsåvel pelo incremento pesqueiro no ano.

Na avaliação do ministro da Pesca e Aquicultura, AndrĂ© de Paula, a Semana do Pescado se consolida como importante agenda para fomento do consumo de peixes e frutos do mar no Brasil. “Soma-se Ă  Semana Santa e Ă s festividades de final de ano, quando peixes e frutos do mar fazem parte da cultura familiar. Em 2023, com a recriação do MinistĂ©rio da Pesca e Aquicultura, pudemos integrar açÔes com diversas instituiçÔes pĂșblicas e privadas focadas na conscientização do consumo saudĂĄvel do pescado, com resultados positivos”. O ministro destacou o incentivo e o fortalecimento da cadeia do pescado no desenvolvimento socioeconĂŽmico, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional dos brasileiros.

Descentralização

A Semana do Pescado acontece em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Altemir Gregolin afirmou que, este ano, o objetivo Ă© consolidar o processo de descentralização para todos os estados. “NĂłs temos coordenaçÔes em todos os estados brasileiros, com pessoas do setor produtivo, do varejo, do food service, representantes das superintendĂȘncias do MinistĂ©rio da Pesca, que tambĂ©m estĂŁo diretamente envolvidas”. A Semana tem como parceiros principais as redes de varejo, que somam mais de 90 mil lojas em todo o Brasil, e o food service, englobando bares, restaurantes, feiras livres, todas as estruturas que comercializam, de alguma forma, pescado.

A ideia da campanha Ă© mostrar a importĂąncia do pescador e do aquicultor na comercialização, envolvendo toda a cadeia produtiva, complementou o presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), JosĂ© IgnĂĄcio Figueiredo. “A cadeia Ă© muito grande. Tem os pescadores, o pessoal que descarrega os barcos, o pessoal dos bazares, aqueles que vendem Ăłleo, vendem gelo. Tem toda uma cadeia por trĂĄs, sem falar na etapa pĂłs-venda do peixe, que vai para peixarias, para restaurantes. A ideia Ă© mostrar a importĂąncia do pescado no seu valor nutritivo e, tambĂ©m, o seu valor econĂŽmico. Com o aumento do consumo, o produto da pesca vai ser mais vendido e toda a cadeia Ă© beneficiada, principalmente o pescador”, disse Figueiredo.

Para o presidente do Sindicato dos Pescadores do Rio de Janeiro e do EspĂ­rito Santo (Siperjes), Maxuel JosĂ© Monteiro da Costa, a Semana do Pescado traz vantagens para os pescadores porque incentiva o consumo de peixes e favorece a maior comercialização de pescado no mĂȘs de setembro. “Mexe com a economia porque ajuda nĂŁo sĂł o pescador, como peixeiros, feirantes, restaurantes, toda a cadeia que depende do peixe para o seu sustento. E incetiva a população a ter na mesa proteĂ­na pura, que Ă© o peixe”.

Crescimento

Gregolin confirmou que a participação das entidades representativas dos pescadores Ă© grande porque se, de um lado, hĂĄ a parte de estimular o consumo, por outro lado, o aumento das vendas gera negĂłcios e o crescimento do setor. “Seguramente, o setor produtivo Ă© o maior interessado na ampliação das vendas. NĂłs temos as entidades nacionais, como a Associação Brasileira das IndĂșstrias de Pescados (Abipesca), a Confederação Brasileira de Pescadores, todas muito envolvidas a nĂ­vel nacional e a nĂ­vel dos estados, incorporadas junto Ă s coordenaçÔes estaduais, porque o aumento da venda pressupĂ”e uma preparação para ter oferta. As entidades do setor produtivo estĂŁo hĂĄ mais de quatro meses trabalhando e se preparando para esse momento”.

Segundo assegurou Altemir Gregolin, o potencial Ă© muito grande no paĂ­s, porque o consumo no Brasil ainda estĂĄ aquĂ©m do desejado, diante da mĂ©dia mundial de 21 quilos por habitante/ano. “NĂłs temos potencial de crescimento ainda, embora disputemos na gĂŽndola com outras carnes”. Para ter ideia do impacto do pescado, ele revelou que o aumento de um quilo de consumo de pescado por habitante/ano significa uma produção adicional de cerca de 500 mil toneladas de peixe vivo. “Praticamente, teria que dobrar a produção cultivada no Brasil com o aumento de consumo de um quilo por habitante/ano. Realmente, Ă© muito impactante, porque o mercado brasileiro de mais de 200 milhĂ”es de habitantes Ă© muito grande”.

O Brasil possui cinco milhÔes de pessoas que vivem da pesca, com Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 27 bilhÔes, envolvendo toda a cadeia produtiva que vai da pesca, captura, até o processo de produção, em especial a piscicultura e a aquicultura. A produção é de 1,27 milhão de toneladas anuais, com geração de 16 mil empregos. O consumo de pescado oferece ainda benefícios nutricionais (Îmega-3, vitaminas e minerais) com proteína de alta qualidade e baixo teor de gordura, salientou Gregolin.

ImportaçÔes

O ex-ministro destacou, por outro lado, que a balança comercial do pescado nacional Ă© negativa. “NĂłs importamos em torno de US$ 1,4 bilhĂŁo e exportamos em torno de US$ 400 milhĂ”es. Isso mostra o que o mercado demanda e significa que a gente precisa aumentar a produção para substituir as importaçÔes, embora nĂŁo vamos poder substituir todos os produtos, como salmĂŁo e bacalhau, que nĂŁo sĂŁo produzidos aqui. Mas temos potencial de produção, especialmente, de peixe cultivado, muito grande. O Brasil cresce a passos largos, em especial na produção de tilĂĄpia, camarĂŁo e outros pescados”.

A campanha pretende tambĂ©m envolver sociedade civil com açÔes educativas em escolas e universidades pĂșblicas e privadas, instituiçÔes de fomento Ă  pesquisa, doação de pescado para projetos e organizaçÔes nĂŁo governamentais (ONGs) que cuidam de comunidades carentes, alĂ©m da promoção de eventos gastronĂŽmicos em bares e restaurantes como o Fish Week, evento que oferece pratos especiais de pescado a preços atrativos durante a primeira semana de setembro.

Em 2023, a Semana do Pescado resultou em aumento de 35% nas vendas de pescado no Brasil, com adesĂŁo integral de estados e Distrito Federal.

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