BRASÍLIA - Uma organização criminosa que fazia parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sendo investigada pela Polícia Federal por monitorar ilegalmente e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. As investigações apontam que o grupo usava a localização de celulares sem autorização judicial.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Ao todo, sete policiais federais são alvos da ação e foram afastados dos cargos públicos. Foram expedidos mandados de busca e apreensão, incluindo contra Alex Ramagem, ex-diretor da agência na época em que o crime teria acontecido.
Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências na época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilegais, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
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Segundo a ABIN, o órgão não tem favoritismo a partido e nem político, além de não ser responsável pela condução de investigações criminais.
"A ABIN tem por missão assegurar que o Executivo Federal tenha acesso a conhecimentos relativos à segurança do Estado e da sociedade, como os que envolvem defesa externa, relações exteriores, segurança interna, desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento científico-tecnológico", pontuou o órgão.
Na época em que teria usado ilegalmente um software espião, a Abin estava sob o comando de Alexandre Ramagem e estava vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
"Os policiais federais que atuavam na Abin, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro", pontuou Alexandre de Moraes.
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