Tensão

Pacheco se reúne com líderes para discutir MP da Reoneração

Rodrigo Pacheco recebeu pedidos de nove frentes parlamentares para rejeição da medida provisória editada por Lula.

Ipolítica, com informações do Metrópoles

Pacheco vai reunir líderes do Senado e da Câmara para discutir medida provisória editada por Lula (Waldemir Barreto/Agência Senado)

BRASÍLIA - O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vai se reunir na manhã desta terça-feira (9) com líderes da Câmara e do Senado para discutir o aumento de impostos que o governo federal tenta impor a fim de aumentar a arrecadação nas contas da União. 

Em dezembro de 2023, em meio às comemorações de fim de ano, o presidente Lula (PT) editou uma medida provisória (MP) que prevê a reoneração gradual da folha de pagamento para 17 setores da economia.

A medida provocou reação em setores que movimentam a economia e no Congresso Nacional. 

Isso porque, antes da medida provisória, o Congresso Nacional já havia aprovado uma lei no sentido contrário, para prorrogar a desoneração desses setores até 2027. Lula chegou a vetar o dispositivo e o Congresso derrubou o veto.

Insatisfeito com a derrubada do veto e com a legislação criada pelos parlamentares, o petista editou a medida provisória, com o objetivo de impor a política, sem a anuência do Senado e da Câmara.

A medida provisória está em vigor, mas o Congresso deve avaliar o texto em 120 dias a partir de fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar.

Mesmo com a interrupção dos trabalhos, Pacheco aproveitou as solenidades em alusão ao 8 de janeiro para se reunir com líderes e iniciar o debate.

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Contrária

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A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) é contra a reoneração, mesmo que gradual, da folha. O grupo enviou um ofício a Pacheco pedindo que ele devolva a medida provisória (MP).

O presidente da FPE, deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA), classificou a ação do governo como uma “afronta ao poder Legislativo”. 

“Essa matéria foi votada este ano por duas vezes na Casa. Houve o veto. O veto foi derrubado nas duas Casas por ampla maioria, mostrando a vontade legislativa que representa a população deste país”, disse.

Ao todo, nove frentes parlamentares assinaram um ofício pedindo a devolução da MP: frentes do Empreendedorismo (FPE); do Comércio e Serviços (FCS); da Agropecuária (FPA); pelo Livre Mercado; pelo Brasil Competitivo; para o Desenvolvimento da Indústria Elétrica e Eletrônica; da Mulher Empreendedora; da Contabilidade Brasileira; e da Indústria de Máquina e Equipamentos.

Entenda
A desoneração começou a ser implementada no primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2011, para aliviar encargos tributários e estimular a geração de empregos. Desde então, passou por sucessivas prorrogações.

Na prática, a desoneração representa uma redução nos encargos trabalhistas pagos pelas empresas de alguns setores. No padrão normal, sem a desoneração, essas companhias pagariam 20% na contribuição previdenciária, como é conhecida a folha de salários. Com a regra diferenciada, passaram a pagar alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

A desoneração seguiria válida para 17 setores da economia até 31 de dezembro de 2023. No entanto, o Congresso articulou sua extensão por mais quatro anos, até 2027. Desde que as negociações começaram, Haddad indicou que essa prorrogação seria inconstitucional.

Há pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (órgão vinculado à Fazenda) que sustentam a posição do ministro. A justificativa é que a emenda constitucional da reforma da previdência, aprovada em 2019, impediria mudança na base de cálculo, com criação e prorrogação de tributos ou benefícios fiscais.

De outro lado, porém, a Câmara dos Deputados já declarou a medida constitucional, no parecer emitido pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, no ano de 2020, em meio à pandemia do coronavírus.

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