Apelo

Lula faz apelo por entendimento entre Venezuela e Guiana

Lula deu declaração antes de embarcar para Berlim, na Alemanha, a respeito de tensão criada na América do Sul entre os países vizinhos.

Ipolítica, com informações do g1

Lula faz apelo por entendimento entre Venezuela e Guiana (Foto: Poder 360)

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo na manhã deste domingo (3), por fim de tensão e paz entre Venezuela e a Guiana. A declaração do petista ocorreu pouco antes de seu embarque para Berlim, na Alemanha.

"O que a América do Sul não está precisando é de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lada Guiana", disse.

E completou: "A humanidade deveria ter medo de guerra. Só faz guerra quando falta bom senso. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra".

Lula também afirmou que é necessário que Venezuela e Guiana precisam priorizar os seus povos e não um conflito entre nações. 

"Se tem uma coisa que estamos precisando para crescer e para melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história".

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Crise
A Venezuela, tomada por um regime ditatorial, terá referendo neste domingo. O ditador Nicolás Maduro quer que o povo decida que o território de Essequibo, que hoje pertence a Guiana, seja declarado pertencente à Venezuela. 

Lula apoia Maduro. "O referendo vai dar o que o Maduro quer. Mas vamos ver o que vai dar".

O Ministério da Defesa do Brasil ampliou a presença militar na região do território brasileiro perto da fronteira e diz que está acompanhando as discussões.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, planeja estabelecer bases militares com apoio estrangeiro. Recentemente, ele foi ao território de Essequibo com militares e esperava receber equipes do Departamento de Defesa na capital do país, Georgetown.

O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, fez críticas ao presidente da Guiana: "Com esses estilos e formas de 'valentão de bairro', não vamos resolver essa questão. Essa disputa não é assim, não é convocando o Comando Sul (exército dos EUA) para estabelecer uma base de operações nesse território, com essa arrogância (que se resolve)", afirmou Padrino

Para Ronaldo Carmona, professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), a questão deveria ser resvolvida pelos sul-americanas, e o conflito pode acabar justificando uma interferência externa. 

"A Guiana diz que se sente ameaçada e cogita instalar bases militares estrangeiras, uma representação do exército americano foi para Georgetown recentemente. O risco dos americanos militarizarem a Guiana é bastante grande", diz ele.

Essequibo
O território de Essequibo, uma área maior que a da Grécia, é disputado pela Venezuela e Guiana há mais de um século. Desde o fim do século 19, está sob controle da Guiana. A região representa 70% do atual território da Guiana e lá moram 125 mil pessoas.

Na Venezuela, a área é chamado de Guiana Essequiba. É um local de mata densa e, em 2015, foi descoberto petróleo na região. Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é "offshore", ou seja, no mar, perto de Essequibo. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

Tanto a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território com base em documentos internacionais.

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