Visão

Retinoblastoma: câncer no olho atinge até 400 crianças por ano

Para detectar a doença, o sinal mais frequente é um reflexo branco da pupila, chamado de leucocoria.

Portal Brasil

Atualizada em 16/09/2023 às 07h48
Esse reflexo nos olhos costuma aparecer em fotos ou pode ser observado por quem cuida da criança. (Foto: Reprodução)

BRASIL - Retinoblastoma é um tumor maligno da retina, que ocorre, principalmente, em crianças entre zero a cinco anos, mas é mais frequente nos primeiros dois anos de vida. Esse tipo de câncer no olho, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atinge entre 200 e 400 crianças por ano no Brasil, representa cerca de 4% dos cânceres infantis, pode causar cegueira e se não for tratado levar até à morte.

Para detectar a doença, o sinal mais frequente é um reflexo branco da pupila, chamado de leucocoria. Esse reflexo costuma aparecer em fotos ou pode ser observado por quem cuida da criança.

Segundo a médica oftalmologista, é importante que, não só os pais, mas toda pessoa que lida com crianças, esteja preparada e atenta a esses sinais. 
 
“A equipe escolar também faz parte e pode ajudar a detectar a doença. Muitas vezes a criança olha muito de perto para os objetos, às vezes é uma criança que tem torcicolo porque muda a posição do olhar para enxergar objetos. Você tem vários outros profissionais, que não médicos, que possam também detectar a doença.”

Outros sinais e sintomas menos comuns:

  • Diminuição de visão
  • Movimentos irregulares dos olhos
  • Dor nos olhos
  • Vermelhidão da parte branca dos olhos
  • Cor diferente de cada íris


O diagnóstico precoce é fundamental pois “você desperta consciência da doença, desperta cuidado para a doença, sobretudo para doenças silenciosas”,  avalia a médica oftalmologista Nubia Vanessa. 

O pequeno Vitor tinha só sete meses quando a mãe Renata Cavalcante percebeu o reflexo branco no olho direito do bebê. 

“Eu comecei a observar um brilho diferente no olho dele e foi ficando recorrente, eu achei aquilo estranho até que um dia resolvi pesquisar na internet. Quando vi o resultado da pesquisa eu fiquei muito preocupada, pois só aparecia retinoblastoma - doença que eu nunca tinha ouvido falar.” 

Depois de passar pelo pediatra, Renata levou o filho ao oftalmologista e foi pelo exame de fundo de olho que o diagnóstico foi fechado. Mãe e filho se mudaram de Brasília para São Paulo, única cidade onde havia o tratamento para a doença na época. Depois de nove meses e quatro tipos de quimioterapia diferentes, Vítor ficou curado. 

A descoberta precoce foi crucial para o sucesso do tratamento. As sequelas que o menino tem hoje, aos oito anos de idade, são pequenas diante da gravidade do problema.   

“Ele tem uma perda de visão no olho direito mas nada que atrapalhe ele a fazer as coisas. Vida normal, joga futebol, faz tudo. Com certeza o diagnóstico precoce foi de fundamental importância. Eu pude acompanhar, quando estava em São Paulo, alguns casos de pessoas que chegaram com a doença em estágio avançado e muitos tiveram resultados bem ruins.” 

Campanha “De olho nos olhinhos” 

“De olho nos olhinhos” foi a forma que os jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin encontraram para chamar a atenção para este problema grave que é o retinoblastoma.

A doença ganhou notoriedade em 2022, quando a filha do casal, Lua, foi diagnosticada. Na época ela tinha apenas 11 meses. Para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce e a importância de prestar atenção nos detalhes, Tiago e Daiana criaram uma campanha que percorre cidades brasileiras prestando o serviço de informação. Nos dias 16 e 17 de setembro, a campanha vai estar em nove shoppings de nove cidades brasileiras, além de outros eventos que acontecem em todo o país com a ajuda de médicos voluntários. 

Pelas redes sociais, Tiago Leifert divulgou um vídeo em que pede que o máximo de pessoas saibam do evento e, com isso, tenham acesso às informações que podem salvar vidas. “A intenção é que as famílias consigam chegar ao diagnóstico do retino, antes do que eu e a Daiana conseguimos com a Lua.  A gente não quer doação, a gente não quer nada. A gente quer que vocês nos ajudem a espalhar informação”.

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