BRASÍLIA - O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta quarta-feira (6) todas as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht, homologado em 2017, e que atingiu além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dezenas de políticos.
Caberá agora ao juiz de cada um dos processos envolvendo a Odebrecht e os políticos citados, fazer a análise sobre outras provas para determinar se estas foram ou não ‘contaminadas'.
Toffoli afirmou em sua decisão que a prisão de Lula, no bojo da Operação Lava-Jato, foi uma "armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado".
O ministro também afirmou que esse episódio foi o "verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF".
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Trabalhou no PT
Indicado por Lula ao STF, após ter trabalhado em seu governo e para o PT, Dias Toffoli distanciou-se do presidente nos últimos anos. Nos bastidores a informação é de que Lula demonstra mágoa por ele não ter autorizado sua ida ao velório do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, quando o petista estava preso, em 2019.
Nos últimos meses, no entanto, Toffoli tem atuado para diminuir essa resistência. Um dos movimentos feitos por ele foi sua mudança da Primeira para a Segunda Turma do STF. Isso facilitou a entrada de Cristiano Zanin, ex-advogado do Lula, na Corte. Isso porque a Segunda Turma analisa as ações da Lava-Jato. Se fosse para esse colegiado, Zanin poderia ter que se declarar impedido nos julgamentos.
Atualmente, o ministro tem trabalhado pela a indicação do desembargador Carlos Von Adamek ao Superior Tribunal de Justiça. O nome dele consta em lista quádrupla enviada a Lula, que escolherá dois nomes.
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