BRASÍLIA - O Operador Nacional do Sistema (ONS), que investiga a queda da energia elétrica registrada em todas as regiões do país no dia 15 de agosto, informou que as primeiras apurações a respeito do caso apontam para um erro de dados enviados por geradores.
O apagão atingiu mais de 18 estados e afetou o Maranhão, que ficou sem energia elétrica por algumas horas.
De acordo com o ONS, foi justamente o erro dos dados que comprometeram o planejamento e a operação do sistema, algo que é feito diariamente com base nas informações enviadas pelas empresas que atuam no país.
A entidade, contudo, não especificou quais empresas e fontes —hidrelétricas, térmicas, eólicas ou solares— teriam fornecido dados errados. Justificou apenas que, por causa da complexidade do evento, permanece aprofundando as análises.
Depois do dia 15 de agosto, quando houve o apagão, o ONS já alterou a operação, utilizando mais hidrelétricas para dar mais estabilidade ao sistema.
"O ONS e a EPE [Empresa de Pesquisa Energética] precisam da informação correta dos parâmetros elétricos e energéticos de todas as fontes, sobretudo das renováveis, para poder operar e planejar o sistema, garantindo a confiabilidade a mínimo custo", afirma Luiz Augusto Barroso, presidente da consultoria PSR, especializada em energia, e ex-presidente da EPE.
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"São muitas informações novas, sobretudo na parte elétrica, onde a gestão da operação pelo ONS é muito dependente de informação correta submetida pelos agentes", completou.
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Apagão de 2001
Dados incorretos estão entre as causas do apagão mais emblemático da história do país, o de 2001, que levou ao racionamento de energia. A estimativa de energia assegurada em cenário de risco na época estava superdimensionada, dando a falsa ideia de que os reservatórios suportariam uma seca, o que não se confirmou.
Essa situação foi relatada no documento final sobre aquele apagão, que ficou conhecido como "relatório Kelman", por ter sido coordenado por Jerson Kelman, um dos maiores especialistas em energia e água do país e ex-diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
"A depender da evolução das apurações do ONS, talvez a gente tenha neste outro apagão a oportunidade de aperfeiçoar essa regulamentação sobre dados", disse Kelman.
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