Racismo

Denúncias de racismo dentro do governo federal cresceram 94% na gestão Lula

Foram formalizadas 394 ocorrências de racismo pela CGU, um aumento de 94% se comparado ao mesmo período do ano passado; trata-se de uma média de três denúncias por dia.

Ipolítica, com informações do Metrópoles

Casos de racismo aumentaram no governo se comparado ao ano passado (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA - Dados da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que nos cinco primeiros meses de gestão do presidente Lula (PT), houve aumento global de 94% de denúncias de racismo dentre da estrutura de governo, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Ao todo, foram registradas formalmente 394 ocorrências de casos de janeiro a maio deste ano. Trata-se de uma média de três denúncias por dia. Até o mês de fevereiro, a média era de duas notificações por dia.

Segundo o levantamento da CGU, os órgãos de onde mais partiram denúncias de assédio foram o Departamento de Polícia Federal (DPF), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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Pelo levantamento, nos últimos quatro anos e cinco meses, foram registradas 2.646 denúncias de racismo no governo. Desse total, 1.922 foram concluídas e 658 foram arquivadas.

O período de maior número de casos foi em 2020, quando entre janeiro e maio daquele ano, foram registradas 675 denúncias. A maioria delas partiu da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), com destaque especial para a então Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte, privatizada para o Grupo Comporte em dezembro do ano passado.

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Naquele período havia uma onda de relatos de casos de racismo nas estações de metrô da capital de Minas Gerais.

“Em geral, essas denúncias partiram de abordagem dos seguranças do metrô contra usuários. Nós temos também outros casos de usuário contra usuário, de usuários contra seguranças negros; em 2020, porém, houve abordagens dos seguranças contra usuários, de maneira violenta, e todas as pessoas abordadas eram negras”, relatou a metroviária e vereadora de BH Iza Lourença (PSol), que acompanhou de perto essa situação, à época.

Um dos motivos para órgãos como a Polícia Federal e o Ministério dos Direitos Humanos estarem no topo do ranking é que, muitas vezes, denunciantes procuram por instituições que têm políticas relacionadas ao tema, segundo a CGU.

“O fato de determinado órgão ou entidade receber denúncia de assédio não necessariamente significa que o ato relatado tenha ocorrido naquele ambiente ou que tenha sido realizado por servidor daquele local”, explicou a CGU em e-mail.

Além disso, a CGU esclareceu que o arquivamento acontece quando há falta de elementos ou em caso de denúncias repetidas.

A reportagem questionou quais foram as conclusões das denúncias, mas a CGU explicou que o registro das providências adotadas pelas áreas de apuração não consta na plataforma Fala.BR.

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