BRASÍLIA - A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O ex-chefe da União teve o seu celular apreendido pela PF.
O celular de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, também foi apreendido durante a operação.
Já o tenente-coronel Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso pelos policiais.
O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento ainda nesta quarta na Polícia Federal em Brasília.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das "milícias digitais" que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Até as 8h20 desta manhã, policiais seguiam no condomínio onde o ex-presidente mora desde que voltou ao Brasil, em março.
A polícia investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", diz a Polícia Federal.
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Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF ainda investiga a situação de outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como: infração de medida sanitária preventiva; associação criminosa; inserção de dados falsos em sistemas de informação; corrupção de menores.
Investigação
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
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