O escritor e jornalista Ruy Castro tomou posse hoje (3) como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). O evento aconteceu na sede da instituição, no Centro do Rio de Janeiro. Ele assumiu a cadeira de nĂșmero 13, que pertencia ao diplomata e ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, falecido em julho do ano passado aos 88 anos. O fundador da Cadeira 13 Ă© Visconde de Taunay e o patrono dela, Franscisco Otaviano. Outros que ocuparam esse lugar foram Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, HĂ©lio Lobo, Sousa Bandeira, Martins JĂșnior e Francisco de Castro.
No discurso de posse, Ruy Castro disse sentir-se honrado pela oportunidade de estar agora entre nomes emblemåticos das letras e por assumir uma cadeira que jå teve ocupantes célebres.
âA minha entrada nessa casa segue uma tradição de 125 anos. A Academia Brasileira de Letras sempre foi a casa dos operĂĄrios da palavraâ, falou durante a apresentação, para complementar: âA cadeira 13, que graças a vossa confiança tenho a honra de ocupar a partir de hoje, se caracteriza por acolher personalidades para quem a palavra era um instrumento de ação. NĂŁo Ă© pequena a responsabilidade de sucedĂȘ-los e haja palavras para fazer jus a essa tarefaâ.
A eleição do escritor para a ABL aconteceu em 6 de outubro de 2022. Ele Ă© nascido em Caratinga, Minas Gerais, e mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro. Graduou-se em CiĂȘncias Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como repĂłrter, começou a atuar no Correio da ManhĂŁ em 1967, depois alternou entre diferentes veĂculos de imprensa do Rio e de SĂŁo Paulo, como o Jornal do Brasil e a Folha de SĂŁo Paulo. A carreira como escritor começou na dĂ©cada de 1990 e inclui biografias de Garrincha, Nelson Rodrigues e Carmen Miranda.
Outros destaques foram as obras Chega de Saudade: A HistĂłria e as HistĂłrias da Bossa Nova, Um Filme Ă© para Tempestade de Ritmos, O Leitor Apaixonado e um ensaio sobre o Rio: Carnaval no Fogo: CrĂŽnica de uma Cidade Excitante Demais. Entre as premiaçÔes, venceu o PrĂȘmio Esso de Literatura, o PrĂȘmio NestlĂ© de Literatura Brasileira, quatro Jabutis e o PrĂȘmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Os livros de Ruy Castro foram traduzidos para diferentes idiomas e tĂȘm ediçÔes na RĂșssia, Turquia, JapĂŁo, PolĂŽnia, ItĂĄlia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Portugal.
âComo escritor, tenho falado de muitos homens e mulheres brasileiros do sĂ©culo 20, todos mestres em seus ofĂcios. Mestres de uma cultura ainda nĂŁo de toda estudada, porque praticada em veĂculos populares, livros baratos, peças escandalosas de teatro, programas de rĂĄdio cheios de ruĂdos, filmes que se perderam, discos fĂĄceis de quebrarâ, disse o escritor. E encerrou o discurso com citaçÔes de alguns desses nomes. âEntram comigo nessa casa: Nelson Rodrigues, Garrincha, Carmen Miranda, JoĂŁo Gilberto, Tom Jobim, Dolores Duran, LĂșcio Alves, Juca Machado, Orestes Barbosa, Vinicius de Moraes, Pixinguinha, Ary Barroso, entre outros. E todo o Rio de Janeiroâ.
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