Cadeira 13

Ruy Castro assume cadeira na Academia Brasileira de Letras

Escritor ocupa lugar que era do diplomata Sergio Paulo Rouanet.

Pedro Rafael Vilela/AgĂȘncia Brasil

Atualizada em 04/03/2023 Ă s 10h29
O escritor e jornalista Ruy Castro assumiu a cadeira de número 13. (Reprodução / GloboNews)

O escritor e jornalista Ruy Castro tomou posse hoje (3) como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). O evento aconteceu na sede da instituição, no Centro do Rio de Janeiro. Ele assumiu a cadeira de nĂșmero 13, que pertencia ao diplomata e ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, falecido em julho do ano passado aos 88 anos. O fundador da Cadeira 13 Ă© Visconde de Taunay e o patrono dela, Franscisco Otaviano. Outros que ocuparam esse lugar foram Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, HĂ©lio Lobo, Sousa Bandeira, Martins JĂșnior e Francisco de Castro.

No discurso de posse, Ruy Castro disse sentir-se honrado pela oportunidade de estar agora entre nomes emblemåticos das letras e por assumir uma cadeira que jå teve ocupantes célebres.

“A minha entrada nessa casa segue uma tradição de 125 anos. A Academia Brasileira de Letras sempre foi a casa dos operĂĄrios da palavra”, falou durante a apresentação, para complementar: “A cadeira 13, que graças a vossa confiança tenho a honra de ocupar a partir de hoje, se caracteriza por acolher personalidades para quem a palavra era um instrumento de ação. NĂŁo Ă© pequena a responsabilidade de sucedĂȘ-los e haja palavras para fazer jus a essa tarefa”.

A eleição do escritor para a ABL aconteceu em 6 de outubro de 2022. Ele Ă© nascido em Caratinga, Minas Gerais, e mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro. Graduou-se em CiĂȘncias Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como repĂłrter, começou a atuar no Correio da ManhĂŁ em 1967, depois alternou entre diferentes veĂ­culos de imprensa do Rio e de SĂŁo Paulo, como o Jornal do Brasil e a Folha de SĂŁo Paulo. A carreira como escritor começou na dĂ©cada de 1990 e inclui biografias de Garrincha, Nelson Rodrigues e Carmen Miranda.

Outros destaques foram as obras Chega de Saudade: A HistĂłria e as HistĂłrias da Bossa Nova, Um Filme Ă© para Tempestade de Ritmos, O Leitor Apaixonado e um ensaio sobre o Rio: Carnaval no Fogo: CrĂŽnica de uma Cidade Excitante Demais. Entre as premiaçÔes, venceu o PrĂȘmio Esso de Literatura, o PrĂȘmio NestlĂ© de Literatura Brasileira, quatro Jabutis e o PrĂȘmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Os livros de Ruy Castro foram traduzidos para diferentes idiomas e tĂȘm ediçÔes na RĂșssia, Turquia, JapĂŁo, PolĂŽnia, ItĂĄlia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Portugal.

“Como escritor, tenho falado de muitos homens e mulheres brasileiros do sĂ©culo 20, todos mestres em seus ofĂ­cios. Mestres de uma cultura ainda nĂŁo de toda estudada, porque praticada em veĂ­culos populares, livros baratos, peças escandalosas de teatro, programas de rĂĄdio cheios de ruĂ­dos, filmes que se perderam, discos fĂĄceis de quebrar”, disse o escritor. E encerrou o discurso com citaçÔes de alguns desses nomes. “Entram comigo nessa casa: Nelson Rodrigues, Garrincha, Carmen Miranda, JoĂŁo Gilberto, Tom Jobim, Dolores Duran, LĂșcio Alves, Juca Machado, Orestes Barbosa, Vinicius de Moraes, Pixinguinha, Ary Barroso, entre outros. E todo o Rio de Janeiro”.

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