BRASIL - Alterações de temperatura e mudanças de estação podem requerer cuidados especiais – como roupas mais folgadas, de tecido leves nos dias mais quentes e que não friccionem a pele, alertam os especialistas. Sem exames específicos, a hidradenite supurativa pode levar até 12 anos para ser diagnosticada, como afirmam os especialistas.
A hidradenite supurativa é uma doença que acomete cerca de 0,5% da população brasileira1-2 e causa impactos sociais e psicológicos na vida das pessoas. É uma doença inflamatória de pele, dolorosa e crônica, caracterizada por nódulos e caroços que aparecem com frequência em regiões de grandes dobras no corpo, como as axilas, sob as mamas, nádegas e entre as regiões genitais. Eventualmente pode surgir também no couro cabeludo, nuca e face1-3. Esses caroços – que podem ser de vários tamanhos, como uma ervilha até uma bola de gude – tendem a soltar pus, causando, muitas vezes um odor desagradável. Apesar de a hidradenite supurativa estar ligada à predisposição genética, a obesidade e o tabagismo podem ser gatilhos e agravar o quadro inflamatório 1-3.
Na maioria dos casos, a doença começa após a puberdade ou em adultos jovens – afetando de 2 a 5 vezes mais mulheres do que homens 1-4. "A doença tem um forte impacto na vida dos pacientes. Muitos têm dificuldades para andar ou sentar, dependendo da região das lesões cutâneas. Em dias mais quentes ou abafados, recomendamos que o paciente utilize tecidos mais leves", afirma Gleison Vieira Duarte, dermatologista do Instituto Baiano de Imunoterapia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Segundo Duarte, a doença costuma afetar a vida sexual das pessoas e até mesmo os relacionamentos. Como resultado, segundo o especialista, a hidradenite apresenta maior probabilidade de diagnósticos de depressão e ansiedade, em comparação com outras enfermidades, e os pacientes tendem a experimentar o isolamento social e dificuldades profissionais.
Apesar da gravidade, a busca por um diagnóstico correto pode levar anos se não for submetido a uma análise de um dermatologista. "Muitas vezes o paciente procura outros especialistas, devido às características da doença, que são confundidas com infecções, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento correto", analisa o médico.
Formas de tratamento
Não existe cura para a hidradenite supurativa. Mas com o tratamento precoce, o dermatologista pode ajudar no controle das lesões. No site do Ministério da Saúde, o SUS publicou o primeiro PCDT (Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas) para tratar a doença1. O protocolo inclui terapias inovadoras, como, por exemplo, medicamentos biológicos, disponíveis atualmente também em planos de saúde privados.
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