Eleições 2022

Após cruzamentos de dados, 59 mil casos de irregularidade em doação de campanha

Cruzamentos foram feitos por órgãos de controle como TCU e CGU encontraram casos de doação de pessoas falecidas, de desempregados e de beneficiários do Auxílio Brasil.

Ipolítica com informações do TSE

Com as prestações de contas parciais dos candidatos destas eleições foi possível a identificação de possíveis irregularidade nas doações de campanha (Divulgação)

BRASIL -  O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu o resultado do cruzamento de informações entre as prestações de contas parciais apresentadas pelos candidatos nas eleições deste ano e os dados de órgãos de fiscalização da Administração Pública, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) e a Polícia Federal. 

Nesta primeira rodada de análises, foram detectados mais de 59 mil casos de doações ou gastos potencialmente irregulares, que perfazem um total de mais de R$ 605 milhões de transferências questionáveis, que precisam ser apuradas com o levantamento de provas materiais e de informações mais aprofundadas.

No caso dos fornecedores de campanhas, são indícios de pagamentos irregulares quando o fornecedor é uma empresa com número reduzido de empregados ou tem pelo menos um dos sócios inscrito em programas sociais do governo, como o Auxílio Brasil. 

Também chama a atenção dos órgãos fiscalizadores situações em que a empresa fornecedora foi constituída em 2022 e tem um dos sócios filiado a partido político, ou com algum parentesco com candidato ou vice.

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Já doações eleitorais realizadas por pessoas beneficiárias de programas sociais do governo ou com renda incompatível com o valor doado foram igualmente identificadas pelo cruzamento de dados. 

Foram detectados, por exemplo, 190 casos de doadores desempregados e seis que constam como falecidos. Ainda despertou o interesse dos analistas 10.296 situações em que um mesmo candidato recebeu numerosas contribuições feitas por diferentes empregados de uma mesma empresa.

Os casos de doações ou gastos questionáveis são encaminhados ao Ministério Público Eleitoral para serem investigados e, se forem constatadas irregularidades após o levantamento de provas materiais e de informações mais aprofundadas, poderão virar processos a serem analisados pela Justiça Eleitoral. 

Novas rodadas de cruzamentos de dados serão realizadas após a entrega das prestações de contas relativas ao primeiro turno das Eleições, que deve ocorrer até 2 de novembro.

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