Crime no Vale do Javari

Bruno Pereira e Dom Philips foram mortos com tiros na cabeça e no tórax

Disparos contra indigenista e jornalista foram feitos com arma de caça, diz Polícia Federal.

Marcelo Brandão / Agência Brasil

Atualizada em 10/07/2022 às 19h14
Corpos de Bruno Pereira e Dom Philips foram identificados após perícia feita em Brasília. (Reprodução / TV Brasil)

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) concluiu a análise da causa da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Em nota divulgada neste sábado (18), a PF informou que Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.

A munição de caça utilizada no crime dispara projéteis múltiplos, chamados de balins. Assim, um único tiro pode causar uma série de perfurações provocadas por pequenas esferas de chumbo. Nos últimos dias, a PF já havia confirmado a identidade de Phillips e Pereira nos restos mortais enviados a Brasília para a perícia.

Os corpos foram encontrados após a confissão do pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como Pelado. Ele indicou à polícia o local onde os corpos foram enterrados. Até o momento, três pessoas estão presas por suspeita de participação no crime.

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Ontem, Jefferson da Silva Lima entregou-se na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte, região do Vale do Javari, oeste do Amazonas. Lima tinha mandado de prisão expedido pela Justiça do Amazonas e estava foragido.

Além dele, estão presos por envolvimento na morte e na ocultação dos corpos os pescadores Amarildo e seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, quando sumiram sem deixar vestígios.

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