Suspeito é maranhense

Viúva de morto por vizinho no Rio diz que está sendo intimidada: ''Não vou me calar''

Militar suspeito é maranhense e foi candidato a vice-prefeito de Paço do Lumiar no pleito eleitoral de 2020.

Imirante.com, com informações do G1

Atualizada em 26/03/2022 às 18h21
Ação por Durval Teófilo aconteceu neste sábado (12), em São Gonçalo, para pedir justiça por sua morte. (Foto: Divulgação / G1)

RIO DE JANEIRO - Nesse sábado (12) amigos e familiares de Durval Teófilo protestaram em São Gonçalo, para pedir justiça por sua morte. Ele foi assassinado no começo de fevereiro por um vizinho quando chegava em casa.

O suspeito de ter assassinado Durval Teófilo é o sargento da Marinha, identificado como Aurélio Alves Bezerra, de 41 anos. Ele é maranhense e foi candidato a vice-prefeito de Paço do Lumiar no pleito eleitoral de 2020.

De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a vítima foi atingida por dois, dos três tiros que o sargento da marinha disse ter disparado. Um deles acertou o abdômen, e foi a causa da morte. O outro tiro atingiu a perna.

A viúva de Durval, Luziane Teófilo, disse que não vai descansar enquanto o homem que matou seu marido não for julgado e condenado.

“Só vou descansar quando a justiça for feita. Eu estou aqui pelo nome do meu marido, pela minha filha e vou até o fim. Eu estou aqui sangrando, dilacerada. Não está sendo fácil para mim porque eu não estou dormindo direito, não estou comendo direito. Não paro mais em casa. Eu, no final das contas, não tenho nem mais casa porque, eu tenho minha casa própria e não posso entrar. Tive que ir para outro lugar porque tudo ali no condomínio me lembra o meu esposo”, disse Luziane Teófilo.

Assista ao vídeo gravado pelas câmeras de segurança do condomínio:

O advogado da família disse que Luziane Teófilo deu mais detalhes sobre a noite do crime, e que ela está sendo intimidada por outros moradores do condomínio.

“Fui coagida sim. Não vou negar. Acredito que sejam pessoas próximas a seu Aurélio. O meu advogado já está à frente de tudo. Eu tenho provas de tudo porque não adiantar tentar me coagir, tentar me calar minha voz porque eu não vou calar”, disse o advogado.

Manifestação

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A manifestação reuniu 150 pessoas e contou com grupos de defesas dos direitos humanos.

“A cor foi o fator importante, determinante, para que esse homem fosse assassinado cruelmente”, disse Fátima Monteiro, do Movimento Negro Unificado.

“Talvez se fosse um branco que estivesse ali no portão tentando entrar no seu lar, talvez não tivesse sido morto”, diz Raimunda Leoni.

Relembre o caso

O sargento da Marinha, identificado como Aurélio Alves Bezerra, de 41 anos, que foi preso em flagrante suspeito de ter assassinado o próprio vizinho, Durval Teófilo Filho, de 38 anos, é maranhense e foi candidato a vice-prefeito de Paço do Lumiar no pleito eleitoral de 2020.

Segundo a polícia, a vítima, que é negra, foi morta na porta de sua residência, no bairro Colubandê, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, no último dia 2, após o atirador achar que se tratava de um assaltante.

De acordo com informações do G1 do Rio de Janeiro, o suspeito declarou para a polícia carioca que atirou na vítima em reação a uma suposta tentativa de assalto, mas, ao constatar seu erro, prestou imediato socorro a Durval.

Versão da Marinha

A Marinha, por meio de nota, informou que tomou conhecimento da ocorrência envolvendo um dos seus militares, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e está colaborando com os órgãos responsáveis para a elucidação do fato como ainda lamentou o ocorrido e se solidariza com os familiares da vítima.

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