Orçamento 2022

Lógica é reeleger Bolsonaro ''a todo custo'', diz deputado do PSOL

Verba para investimentos públicos tem menor nível da história, destacou Ivan Valente.

Agência Estado

Atualizada em 26/03/2022 às 18h32
Ivan Valente disse que Bolsonaro também quer manter base (Divulgação/Agência Câmara)

BRASÍLIA - Com a verba para investimentos públicos no menor nível da história e sem veto ao fundo eleitoral e ao orçamento secreto, a lógica da peça orçamentária sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) é tentar reelegê-lo "a todo custo", avalia o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) ao Broadcast Político.

Nesta segunda-feira, 24, o Orçamento de 2022 foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), com vetos que somam R$ 3,184 bilhões, entre emendas de comissão e despesas discricionárias. Os valores de R$ 16,48 bilhões para o orçamento secreto e de R$ 4,96 bilhões para o fundo eleitoral, contudo, foram mantidos, assim como o montante de R$ 1,7 bilhão para o reajuste de servidores públicos federais.

"Tudo isso corrobora com a ideia de que ele quer se eleger a qualquer custo e, ao mesmo tempo, manter a base dele a qualquer custo. Isso não significa que não haverá desgaste na sociedade", diz Valente.

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Para o parlamentar, Bolsonaro não vetaria, por exemplo, o dinheiro reservado para reajustes de salário, prometido para policiais federais, porque precisa manter essa base eleitoral "fiel". "Mesmo tendo uma greve geral do funcionalismo marcada, com a insatisfação do resto dos servidores, ele quer alastrar também o aumento aos policiais para os governadores. Ele não voltaria atrás", afirma o deputado.

Valente, no entanto, avalia que pode haver desgaste para o governo, já que a verba para investimentos federais vai cair ainda mais e ficar em R$ 42,3 bilhões em 2022, o menor nível da história. "Você não tem investimento público para alavancar a economia, para gerar emprego, distribuição de renda, de um lado. De outro lado, ele também perde com o mercado financeiro", diz, em referência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que abriu um espaço fiscal de mais de R$ 106 bilhões neste ano.

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