BRASIL - Pesquisadores do Centro de Integração de dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) descobriram que uma nova linhagem do vírus zika está circulando pelo Brasil, e com isso a possibilidade de uma epidemia ganhou mais força. A descoberta foi publicada no início de junho no Journal of Infectious Diseases e serve como alerta para a vigilância da doença.
Os cientistas detectaram, por meio de uma feramenta que monitora as sequências genéticas do vírus, um tipo africano do zika que tem potencial de dar origem a uma nova epidemia.
Segundo o pesquisador da Plataforma de Bioinformática do Cidacs, Artur Queiroz, um dos líderes do estudo, a ferramenta desenvolvida pelo grupo analisa sequências disponíveis em banco de dados públicos e permite identificar as linhagens de zika presentes em bases de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI – Centro Nacional de Informação Biotecnológica, em tradução livre).
“Pegamos esses dados e analisamos, selecionamos as sequências do brasil e mostramos a frequência desses tipos virais ano a ano. O principal achado é que vemos uma variação de subtipos e linhagens durante os anos, sendo que em 2019 há o aparecimento, mesmo que pequeno, de uma linhagem que até então não era descrita circulando no país”, disse Arthur Quieroz.
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Ministério da Saúde
Segundo o Ministério da Saúde, neste ano, foram notificados 3.692 casos prováveis do vírus da zika - número muito inferior aos 47.105 casos de chikungunya e aos 823.738 de dengue. Segundo os cientistas, essa situação pode mudar caso uma nova linhagem genética comece circular na população.
“Atualmente, com as atenções voltadas para a Covid-19, este estudo serve de alerta para não esquecermos outras doenças, em especial Zika. A circulação do vírus no país, bem como a realização de estudos genéticos devem continuar sendo realizados a fim de evitar um novo surto da doença com o novo genótipo circulante”, reforça Larissa Catharina Costa, uma das autoras do estudo.
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