Tragédia

Moradores de Suzano prestam homenagens a mortos em tiroteio

Mortos em Suzano por atiradores são velados em ginásio.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h14
Oito pessoas foram mortas na tragédia. (Foto: Reprodução)

SÃO PAULO - Começou por volta das 7h de hoje (14), no Ginásio Arena Suzano, o velório das vítimas do atentado contra a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, no interior paulista. Dois atiradores, ex-alunos da escola, chegaram ao local por volta das 9h30 de ontem (14), resultando em oito mortos. Moradores da cidade formam uma fila para homenagear os mortos no massacre. O espaço foi divido por grades, deixando um espaço reservado para as famílias. Muitos já ocupam as galerias do ginásio.

Estão sendo veladas no local os alunos Caio Oliveira, 15 anos, Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, Kaio Lucas Costa Limeira, 15 anos, e Samuel Melquiades, 16 anos, além da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo, 59 anos, e da funcionária Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos. O estudante Douglas Murilo Celestino, por motivos religiosos, está sendo velado em uma igreja da Assembleia de Deus.

Os atiradores Luiz Henrique de Castro, 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, estão sendo velados em outro local. Segundo as investigações, um jovem disparou contra o outro e depois se matou. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, dono da locadora de onde os atiradores roubaram o carro utilizado na ação e tio do Guilherme, também está sendo velado em outro local.

Tânia Regina Augustinho foi professora de Samuel Melquíades em outra escola da cidade. “Foi meu aluno. Uma criança muito gentil, muito inteligente, sempre dedicada com os amigos e amoroso. Ele tinha muitos amigos. Fiquei sem chão quando vi o nome dele na lista. Nós estamos muito vulneráveis. A gente trabalha, lida com vidas, é o nosso recurso humano”, disse, emocionada.

A professora avalia que este atentado, apesar de traumático, fará com as pessoas reflitam sobre a mediação de conflitos nas escolas e um olhar diferenciado para os adolescentes. “O papel da escola é mediar e não criar conflitos. Precisamos aprender a gerenciar emoções, a tratar a questão do bullying. Não inocentando o atirador, mas o Guilherme frequentava a mesma igreja que eu. É um aprendizado constante para que essa criança consiga se expressar".

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A ajudante geral Cristina Rafael de Souza, 32 anos, veio com a filha, de 14 anos, que fez questão de prestar homenagens especialmente para os amigos Samuel e Caio. A jovem estuda no centro de línguas que funciona dentro da Escola Raul Brasil e estava no local no momento do tiroteiro. “Ela está muito abalada, não dormiu direito e nem comeu. Está sendo bem difícil”, relatou. Cristina contou que a filha ficou trancada dentro de uma sala de aula até que a polícia chegasse, mas, ao sair do local, viu os corpos de colegas que estavam no pátio da escola.

Homenagens

O pedreiro Antônio da Paz, 63 anos, veio de Guaianazes, bairro da zona leste paulistana, com um cartaz para pedir paz. “Vim trazer solidariedade para as famílias e trazer esse cartaz pra todo mundo ver que tem muita gente de coração nesse nosso Brasil”, disse à Agência Brasil. No cartaz, Antônio questiona o porquê de tanta violência e pede por uma cultura de paz nas escolas.

Jivanete Barbosa, 47 anos, não conhece pessoalmente nenhum dos mortos, mas disse estar abalada, assim como muitos moradores da cidade. “Moro aqui pertinho da escola. Minha filha estudou lá. Ela tem 26 anos. É uma escola muito boa. Eu soube da notícia e fiquei muito assustada. Vim aqui pra homenagear aqui as famílias”.

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