BRASIL - Depois de projetarem o satélite Tancredo-1, colocado em órbita há dois meses pela Estação Espacial Internacional, os alunos da Escola Municipal Tancredo Neves (SP) foram convidados pelo governo federal para acompanhar o lançamento de outro equipamento: o primeiro satélite geoestacionário do país, na Guiana Francesa.
Os três alunos e um professor brasileiro que vão representar a escola foram escolhidos por sorteio e vão acompanhar o lançamento ao vivo do Centro Espacial de Kourou.
"Poder ver o lançamento de um satélite ao vivo, apesar de ter lançado o meu, só vi pelo computador, vou poder estar lá, vai ser muito bom", comemorou a jovem cientista Rafaela Daniol. O lançamento do Tancredo-1, que ocorreu no Japão, foi transmitido pela internet no mês passado.
"Quando a gente soube que iria, ficamos felizes demais", disse o estudante Carlos Alberto de Oliveira, que integra a equipe.
Além da viagem à Guiana, os alunos envolvidos no projeto já foram ao Japão para apresentar o trabalho desenvolvido em um congresso aeroespacial e também para os Estados Unidos, onde conheceram a Agência Espacial Americana (Nasa).
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O equipamento produzido pelos estudantes foi totalmente fabricado no Brasil com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). O artefato ficará na órbita da Terra, a 400 quilômetros de altitude, e será ferramenta de um experimento para estudar a formação de bolhas de plasma na atmosfera, fenômeno que interfere na captação de sinais de satélite e em antenas parabólicas em países localizados na linha do Equador.
Satélite Geoestacionário
O projeto do governo brasileiro é uma parceria entre os Ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e envolve investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões.
O satélite, adquirido pela Telebras, terá uma banda KA, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), além de uma banda X, que corresponde a 30% do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas.
Com isso, o Brasil passará a fazer parte do grupo de países que contam com seu próprio satélite geoestacionário de comunicações, diminuindo a necessidade de alugar equipamentos de empresas privadas, o que vai gerar uma economia significativa aos cofres públicos e maior segurança em suas comunicações.
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