Rio 2016

Ministro diz que grupo preso era amador e fez juramento ao Estado Islâmico

Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em redes sociais.

Yara Aquino/ Repórter da Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h31
(O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, explica a operação da Polícia Federal que prendeu um grupo suspeito de planejar atos terroristas a 15 dias da Rio 2016José Cruz/Agência Brasil)

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse hoje (21) que parte dos dez brasileiros presos nesta quinta-feira, após trocarem mensagens preparatórias sobre a realização de atentado terrorista no Brasil, fizeram, via internet, um juramento de lealdade ao Estado Islâmico (EI).

Conforme o ministro, trata-se de um grupo amador que, no entanto, não pode ser ignorado pelas forças de segurança pública. “Era uma célula amadora, sem nenhum preparo planejado. Uma célula organizada não tentaria comprar uma arma pela internet. É uma célula desorganizada”, acrescentou.

Moraes informou que, além do juramento pela internet, conhecido como “batismo”, não houve contato direito dos brasileiros com o Estado Islâmico por email ou pessoalmente. Também não há indícios de que eles recebiam financiamento do Estado Islâmico. Os homens foram presos em dez diferentes estados, durante a Operação Hashtag, da Polícia Federal (PF).

O ministro explicou que o grupo de brasileiros considerava inicialmente que o Brasil seria um espaço neutro em relação a rota de ataques do Estado Islâmico, mas passou a entender que, com a proximidade dos Jogos Olímpicos, entraria na rota de atuação do grupo, já que vai receber grande quantidade de turistas e atletas estrangeiros.

“Houve contato com o Estado Islâmico via internet, além de atos preparatórios. Esse grupo deixou de entender que o Brasil seria um estado neutro e, com as Olimpíadas, poderia se tornar um alvo”, esclareceu o ministro da Justiça.

A Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo em redes sociais como Telegram e Whathsapp e descobriu ações preparatórias como planejamento para início de treinamento de artes marciais e o contato feito com um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um fuzil.

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De acordo com Alexandre de Moraes, não há confirmação de que a compra tenha sido concretizada. As mensagens foram monitoradas com autorização judicial pela Divisão Antiterrorismo da PF. Moraes destacou que essa é a primeira prisão com base na lei antiterrorismo.

Investigações

“Não vamos esperar um milímetro de qualquer ato preparatório, por mais insignificante que possa ser. Qualquer ato terá uma reação rápida, dura e certeira do Poder Público”, completou Moraes. O ministro disse ainda que é “mínima a probabilidade de que haja algum ato terrorista no Brasil durante a Olimpíada”.

Os homens foram presos nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

As investigações tiveram início em abril e a operação cumpre dez mandados de prisão temporárias, duas conduções coercitivas e 19 buscas e apreensões. De acordo com a Polícia Federal, os envolvidos participavam de um grupo virtual denominado Defensores de Sharia.

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