BRASÍLIA - Os sucessivos vazamentos de informações sob sigilo da Operação Lava Jato já prejudicaram as investigações e podem ter resultado na destruição e ocultamento de provas, disse hoje (4) o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, ao ser questionado durante entrevista à imprensa na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O procurador deu entrevista para explicar a 24º fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (4).
“O vazamento pode ter sido a origem do que nós comprovamos hoje ter sido a destruição de provas e ocultamento de documentos. Nesse momento, vamos apurar todos os vazamentos e identificar os responsáveis”, disse o procurador durante entrevista coletiva sobre a nova fase da Lava Jato, chamada Operação Aletheia. “Houve prejuízo à investigação da Polícia Federal”, afirmou o procurador a jornalistas.
A força-tarefa da Lava Jato investiga também os indícios de que a deflagração da Operação Aletheia tenha previamente vazado para jornalistas e blogueiros, o que prejudicou os cumprimentos dos mandados pela PF, por se tratarem de ações de alta sensibilidade social. Um dos alvos da operação desta sexta-feira é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi levado para prestar depoimento no escritório da PF no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
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"Lula cobrava mais que FHC"
O sigilo das investigações foi a razão dada pelo procurador para não detalhar os valores precisos dos pagamentos feitos pelas palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que são investigados na Operação Aletheia. Ao ser questionado, Lima respondeu que palestras são bens imateriais, de difícil valoração, mas que Lula cobrava valores, "aparentemente superiores", do que os cobrados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o procurador, Lula recebeu cerca de R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10 milhões por palestras. Os pagamentos foram feitos por construtoras investigadas pela Lava Jato e a Polícia Federal apura os pagamentos.
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