Saúde

Crise hídrica pode ser fator para aumento de 57% nos casos de dengue

Brasil teve 40.916 casos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano

Aline Leal / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h46
(Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil)

BRASÍLIA - O número de casos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano aumentou 57,2% entre 2014 e 2015, saltando de 26.017 para 40.916 em todo o Brasil. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, coloca, entre os motivos do aumento, a crise hídrica, que faz com que muitas pessoas estoquem água em casa.

“É inquestionável que a crise hídrica e a seca apresentam uma situação de risco maior para a proliferação do Aedes aegypt, na medida em que as pessoas tendem a armazenar água sem proteção. Não há problema em fazer armazenamento, mas qualquer processo de armazenamento de água deve respeitar a proteção, pois a água limpa parada, mesmo que seja de chuva, de bica, vai aumentar o risco de proliferação das larvas. O acondicionamento correto, tapar esses recipientes, é fundamental”, avaliou o ministro.

Chioro disse que o governo vai fazer um estudo para ver a relação entre a falta de água e o número de casos de dengue e vai alertar para que a população guarde água com segurança. O ministro ressaltou que há uma grande preocupação com a doença, pois o aumento aconteceu em período anterior aos meses de maior incidência, que são março e abril.

“Aumentou o número de casos de dengue em um período que não era para aumentar”, disse o ministro. Ele destaca que cada lugar tem um motivo diferente para o aumento da ocorrência do mosquito e que cada família deve estar atenta aos pontos de acúmulo de água em suas casas.

Segundo Chioro, uma das situações mais preocupantes é a do município de Cruzeiro do Sul, no Acre. A cidade, que tem cerca de 80 mil habitantes, teve apenas sete casos em janeiro do ano passado, enquanto em janeiro de 2015 teve 2.305 casos.

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Com esta “explosão” da doença no Acre, o estado ficou com a maior incidência, com 338,3 pessoas doentes para cada 100 mil habitantes. Goiás veio em seguida com 97,9, por 100 mil. Mato Grosso do Sul ficou em terceiro, com 42,9,

A boa notícia é que os casos graves da doença caíram 71%, de 49 para 14 no primeiro mês de 2014 para 2015. As mortes também caíram no mesmo período, de 37 para 6. Para o diretor do Departamento de Dengue e Chikungunya do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, esses números apontam uma melhora no sistema de saúde para tratar os pacientes.

Segundo Chioro, certamente o número de pacientes com dengue é subnotificado, pois muitas vezes os sintomas são leves e, por isso, o paciente não procura atendimento médico.

O Ministério da Saúde está promovendo hoje (7) o Dia D contra dengue e chikungunya, doença transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, com sintomas parecidos, mas que provoca maiores dores nas articulações e diferentemente da dengue, não tem a forma hemorrágica.

Nas primeiras quatro semanas de 2014 foram contabilizados 23 casos de chikungunya, sendo 22 na Bahia e um em Goiás. Ano passado foram registradas as primeiras transmissões da doença no país. Ao todo, em 2014 foram 2.847 casos. O Ministério da Saúde está acompanhando pacientes em Oiapoque, no Acre, onde houve a maior concentração da doença, para avaliar a evolução dos casos mais graves.

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