Petrobras

Auditor do TCU exime conselheiros da Petrobras de responsabilidade por compra de Pasadena

Osvaldo Perrout enfatizou que compra da refinaria de Pasadena foi um "negócio mal feito".

Imirante.com, com informações da Agência Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h52
Osvaldo Perrout enfatizou que compra da refinaria de Pasadena foi um (Divulgação)

SÃO LUÍS – Em depoimento secreto à CPI Mista da Petrobras, nessa quarta-feira (23), o secretário de Controle Externo da Administração Indireta do Tribunal de Contas da União (TCU), Osvaldo Perrout, afirmou que o Conselho de Administração da Petrobras não teve responsabilidade pelo prejuízo da estatal com a compra da refinaria de Pasadena. A informação foi repassada por deputados e senadores presentes à oitiva.

O depoimento foi considerado "extremamente técnico". Entre as avaliações do tribunal, há uma que considera o valor pago efetivamente pela refinaria de Pasadena, nos EUA, "acima do razoável" à época do negócio, em 2006.

Ao mesmo tempo em que Perrout falava, sigilosamente, com os parlamentares, o plenário do TCU decidiu aprovar relatório do ministro José Jorge que exime o Conselho de Administração, mas responsabiliza diretamente os diretores da estatal à época do negócio. Também nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou a representação de parlamentares da oposição contra integrantes do Conselho de Administração da Petrobras.

"Negócio mal feito"

Segundo deputados, o auditor do TCU enfatizou que a compra da refinaria de Pasadena foi, sim, um "negócio mal feito" que trouxe grandes prejuízos à Petrobras. Questionado se teria votado com base apenas no resumo executivo apresentado pelo então diretor internacional Nestor Cerveró, como fizeram os integrantes do conselho, o auditor deu resposta negativa.

Perrout é o chefe da área que elaborou parecer para subsidiar o voto do ministro José Jorge no processo sobre Pasadena. Francischini avisou que pedirá a convocação de outros auditores do TCU envolvidos no processo e que também poderá pedir a convocação do ministro José Jorge.

Sigilo

No início da reunião, foi lida uma carta na qual Perrout pede para que a oitiva fosse secreta, argumentando que os processos do TCU referentes aos relatórios relacionados à compra da refinaria nos Estados Unidos são sigilosos. Do mesmo modo, Perrout afirmou que, como auditor do TCU, é obrigado a manter sigilo desses processos, que, inclusive, já foram enviados para a CPI Mista.

Ele foi chamado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre relatórios considerados contraditórios em relação à compra da refinaria de Pasadena, que custou US$ 1,24 bilhão à estatal brasileira.

Outros depoimentos

A CPI Mista divulgou um cronograma com os próximos depoimentos previstos na comissão. No dia 30 deste mês, será ouvido José Orlando Melo de Azevedo, ex-presidente da Petrobras América Inc. Em agosto, devem falar à comissão dois ex-diretores da área internacional da estatal: Jorge Luiz Zelada, no dia 6; e Nestor Cerveró, no dia 13.

Cerveró é o autor do resumo-executivo que teria embasado a decisão do Conselho de Administração de aprovar a compra de Pasadena. Em depoimento à CPI exclusiva do Senado, que funciona paralelamente à CPI Mista, ele minimizou a importância de duas cláusulas omitidas de seu relatório.

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