Aumento de risco de malária e dengue com aquecimento global exigirá atenção redobrada, alerta pesqui

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 14h04

BRASÍLIA - Um dos prognósticos contidos no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), cuja segunda parte foi divulgada ontem (6), é que a Terra poderá ficar até 4 graus mais quente até 2050. Esse aumento de temperatura poderá trazer problemas para a saúde humana. De acordo com o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Luiz Tauil, é provável que o aquecimento aumente a proliferação de insetos vetores, como os que causam malária e dengue.

De acordo com o pesquisador, as regiões que já têm as condições adequadas para o desenvolvimento dos mosquitos, como Norte e Nordeste, não sentirão tanto o aumento na quantidade de insetos. Por outro lado, regiões que praticamente não têm doenças transmitidas por vetores, como a Sul, vão sentir o aumento dos mosquitos.

Tauil explica que o mosquito da dengue já está bem adaptado ao cenário urbano e ao calor excessivo, o que torna mais difícil o seu controle. Já o mosquito que transmite a malária está restrito a uma área endêmica, ou seja, a floresta amazônica. No caso da dengue, ele afirma que a grande esperança para combater a doença é a descoberta de uma vacina.

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Enquanto a vacina não vem, o pesquisador atribui a responsabilidade de combater a dengue às ações do governo e da população para eliminar os criadouros de mosquitos. “Do governo, a necessidade de garantir abastecimento regular de água, coleta regular de lixo, limpeza de cemitérios, vigilância em borracharias, vigilância em depósitos de ferro velho, isso por parte do governo", diz ele.

"Por parte da população, é fundamental que não acumule recipientes em casa que favorecem a presença de água, isso é fundamental. Então, os quintais têm que ser bem limpos, não jogar recipientes em terrenos baldios, manter os seus vasos de flores com água trocada semanalmente e com isso ela diminui a possibilidade de desenvolvimento do mosquito”, finaliza.

Já no caso da malária, doença restrita à região amazônica, Tauil recomenda que se evite o contato com o mosquito. “Nessas áreas existem possibilidades, além das ações do governo de controle com a aplicação de inseticida, eliminação, redução de criadouros, existe a possibilidade do uso de repelente, ou dormir com mosquiteiro impregnado com inseticida e manter as suas casas teladas.”

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