Caso Dorothy Stang: julgamento começa amanhã

Portal ORM

Atualizada em 27/03/2022 às 14h31

BELÉM - Dez meses depois, dois dos 5 acusados da morte da missionária americana Dorothy Mae Stang, brutalmente assassinada em fevereiro deste ano, na região de Anapu, no sudoeste do Pará, vão a julgamento. A sessão está marcada para começar às 8h30 da manhã da sexta-feira(09) e a expectativa é que tenha a duração de 48 horas.

Sentam no banco dos réus, Raifran das Neves Sales, o fogoio, e Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, matadores confessos da missionária. A defesa deles será feita pelos advogados Eduardo Imbiriba e Thyago Machado e a acusação fica a cargo do promotor de justiça Edson de Souza, que atuará em conjunto com a advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rosilene Silva.

A sessão será presidida pelo juiz Cláudio Augsto Montalvão das Neves, titular da 2ª Vara Penal da capital, e terá como convidado o juiz Lucas do Carmo de Jesus, da Comarca de Pacajá que instruiu o processo penal, proferindo a sentença de pronúncia.

Durante todo o dia, nesta quinta-feira(08), a diretora do Fórum criminal, juiza Edith Dias Ribeiro, esteve ultimando os preparativos do júri. Ao todo 120 policiais militares farão a segurança nos dois dias previstos para o julgamento, sendo 30 da Guarda Judiciária e o restante de apoio solicitado pelo TJE.

Além da proteção de todos os atuantes no julgamento, a PM também estará atenta aos protestos que possam ser provocados por agricultores acampados em frente ao tribunal. A previsão de chegada das caravanas é para às 22 horas de hoje.

O julgamento começa com o sorteio dos jurados. Ao todo 26 pessoas foram escolhidas para participar do sorteio. Desses, sairão 7 nomes, que vão compor o júri. Assim que forem anunciados os nomes, os jurados entregarão seus telefones celulares e aparelhos de comunicação ao juiz. Os objetos ficarão sob a guarda da justiça até o anúncio da sentença.

Se o julgamento se estender até o sábado (10), os jurados ficarão isolados no hotel de trânsito militar, sem qualquer comunicação externa, inclusive sem aparelho de televisão nos quartos.

A imprensa terá livre acesso a todas as dependências do tribunal, inclusive ao salão do Tribunal do Júri.

O julgamento atraiu um grande quantidade de ativistas de direitos humanos, não só pela importância do caso, mas também pela data, véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Carvanas de trabalhadores rurais da região da Gleba Bacajá em Anapu, onde a irmã da congreção Notre Dame atuava, estão sendo esperados. Eles vão acompanhar o julgamento acampados na praça em frente ao Tribunal de Justiça.

A sessão também será acompanhada pelos dois irmãos da missionária, Margareth e David Stang e por uma representante da ONU, a paquistanesa Hina Jilani, que atuará como observadora internacional.

Os réus confessos vão responder por homicído duplamente qualificado. A acusação vai pedir a pena máxima para os dois, 30 anos de prisão. Segundo as investigações, eles mataram a missionária Dorothy Stang com seis tiros. Rayfran seria o autor dos disparos. Sob os incentivos de Clodoaldo, atirou primeiro contra a vítima, atingindo sua região abdominal. Os outros disparos acertaram a nuca e as costas da missionária, que, sem chances de defesa teve morte instantânea.

Para a execução brutal, os pistoleiros teriam recebido a quantia de 50 mil reais. Amair Feijoli da Cunha é acusado de intermediar o crime, Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão são apontados como mandantes. Todos continuam presos na Penitenciária de Americano III, em Santa Izabel do Pará.

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