BRASÍLIA - A saída do senador Cristovam Buarque (DF) do PT foi um passo político longamente ensaiado pelo engenheiro mecânico, ex-reitor, ex-governador e ex-ministro da Educação. Desde sua demissão pelo telefone da pasta de Educação, sua desfiliação do PT era uma questão de tempo, afirma quem acompanha o ex-ministro em sua carreira parlamentar.
Foi um crítico de primeira hora da gestão Lula, e mesmo quando ministro, teve arroubos porque supostamente o Planalto não daria a atenção devida ao seu ministério. Na tribuna do Senado, somente aumentou o tom das críticas.
Na véspera de deixar o ministério, concedeu uma entrevista à Folha de S.Paulo onde afirmou que "Lula não tem sensibilidade social". De volta ao Senado, fez declarações do tipo: "a esperança conseguiu entrar no Palácio do Planalto, mas foi aprisionada lá dentro". Agora, no início de agosto, escreveu que o "PT perdeu sua honra; mas há meses tinha perdido sua causa".
O próprio Buarque admitia que seu trânsito dentro do PT não era dos melhores. "Eu votei no Brizola em 89, não sou da turma, e política é muito de turma", afirmou ele, naquela mesma entrevista. Por ironia, seu sucessor na pasta é o atual presidente do partido, Tarso Genro, cuja gestão foi justamente caracterizada por uma inversão das prioridades da gestão de Buarque.
Genro alterou o programa Brasil Alfabetizado, que tinha por meta erradicar o analfabetismo, e era alvo de atenção especial de Buarque, e focou sua atuação na reforma universitária. O Planalto colocou como justificativa para a saída do senador petista a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazer essa reforma com alguém "fora do meio".
Buarque tem o diploma de Engenharia (1966) pela Universidade Federal de Pernambuco, com doutorado em Economia (1973) pela francesa Sorbonne. Foi reitor da Universidade de Brasília entre os anos de 1985 e 1989 e governou o Distrito Federal na gestão 1995-1998, elegendo-se senador pelo PT em 2002.
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