BRASÍLIA e CUIABÁ - A Operação Curupira da Polícia Federal, de repressão à extração ilegal de madeira na Amazônia, levou à prisão do secretário de meio ambiente do Mato Grosso, Moacir Pires, e do diretor de florestas do Ibama em Brasília, Antônio Carlos Hummel.
Hummel se entregou na tarde desta quinta-feira à PF em Brasília e será levado para Cuiabá (MT). O diretor é suspeito de envolvimento na extração irregular de madeira no Mato Grosso e teve sua prisão decretada pela Justiça.
Moacir Pires, que é também presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso (Feema-MT), é suspeito de integrar uma organização criminosa responsável por desmatar nos últimos dois anos 43 mil hectares de floresta no estado.
O secretário teria expedido licenças ambientais irregulares, com as quais os contrabandistas transportavam grandes quantidades de madeira na região. Outras 87 pessoas foram presas nesta quinta.
A presidência do Ibama afastou 11 funcionários com cargos de confiança. E 52 funcionários de carreira vão responder a processo administrativo.
Entre os detidos estão o gerente-executivo do Ibama em Cuiabá, Hugo José Scheuer Werle, e seu substituto, Marcos Pinto Gomes. Foram apreendidos vários carros de luxo, entre eles um BMW avaliado em R$ 250 mil, uma Pajero, uma lancha e até uma pequena aeronave.
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De acordo com a PF, a quadrilha agia há dez anos, emitindo falsas autorizações para transporte de produtos florestais (ATPFs). Em dois anos, ela lucrou R$ 890 milhões com a venda desses documentos.
O objetivo era "esquentar" o estoque de madeira ilegal dos pátios das grandes madeireiras, liberar carregamentos ilegais e firmar termos de ajustamento de conduta com empresas acusadas de cometer grandes crimes ambientais.
O termo de ajustamento de conduta se destina apenas a empresas que cometem pequenos crimes ambientais e se comprometem a mudar seu comportamento.
Foram apreendidos ATPFs falsos e adulterados na sede das empresas Ancacil e Sumap, suspeitas de exportar madeira ilegal para a China através do Porto de Paranaguá.
As investigações foram coordenadas pelo delegado Tardelli Cerqueira Boaventura. O juiz da 1ª Vara Federal de Cuiabá, Julier Sebastião da Silva, expediu 130 mandados de prisão e 180 mandados de busca e apreensão, como resultado de nove meses de investigação do Ministério Público Federal, com a coordenação do procurador Mário Lucio de Avelar.
A operação mobilizou 430 policiais federais, que chegaram a Cuiabá em aviões da FAB recrutados em outros estados.
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