Educadora foi estuprada durante rebelião na Febem de Franco da Rocha

Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 14h49

SÃO PAULO - A Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem) confirmou que uma educadora foi estuprada durante rebelião ocorrida na noite de quinta-feira no complexo de Franco da Rocha. Segundo a instituição, houve ainda uma tentativa de estupro. A educadora registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Franco da Rocha e, segundo a Febem, cinco internos da unidade estão sendo ouvidos pelo delegado. "Os que foram maiores de 18 anos ficarão presos pelo crime de estupro e os menores de idade voltarão para a unidade com mais um crime em suas fichas", informa a assessoria da unidade.

Na quinta-feira, durante a rebelião os 300 internos mantiveram quatro funcionários reféns durante duas horas. Eles tentaram fugir, mas foram impedidos pela polícia e ninguém ficou ferido. A Febem não confirma a existência de outros casos de estupro de funcionários.

- É um caso gravíssimo e sem precedentes - diz Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, que acompanha a situação na Febem.

Segundo Alves, o estupro contraria até mesmo o 'código de ética' que vigora entre os internos da instituição, que não aceitam estupradores entre eles. Segundo Alves, os que cometem este tipo de crime são obrigados a ficar no 'seguro', separados dos demais.

Na madrugada desta sexta-feira a Febem registrou no Complexo do Tatuapé a segunda maior fuga de sua História. Dos 1.544 internos, 307 fugiram e apenas 60 foram recapturados. Outros 247 continuam nas ruas - o recorde anterior ocorreu em 1999, quando 600 internos fugiram do extinto complexo Imigrantes.

Os adolescentes que não conseguiram escapar iniciaram uma rebelião, que durou cerca de quatro horas. Trinta funcionários e seis menores ficaram feridos. Dois agentes de segurança foram esfaqueados e passaram por cirurgia nesta sexta-feira. Os dois continuam internados em estado grave, mas não correm risco de morrer. Um adolescente que fraturou a perna também foi submetido a uma cirurgia.

Foi a 17ª rebelião do ano na instituição e a 14ª apenas no complexo do Tatuapé. O secretário da Justiça e presidente da Febem, Alexandre de Moraes, admitiu que há falhas na segurança da Febem e disse que o governo não ficará refém dos internos e dos funcionários da instituição.

- Não vamos ficar reféns de funcionários, também não vamos ficar reféns de líderes de menores. Houve falha na segurança e vamos aperfeiçoá-la - afirmou Moraes em entrevista concedida na tarde de sexta-feira.

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