BRASÍLIA - A ferrovia Transnordestina ainda não saiu do papel devido a divergências da nova direção do BNDES com o financiamento da obra. Segundo o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que ontem participou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o assunto, superado o entrave com o banco, o projeto começará a ser tocado imediatamente. "Está tudo pronto. Se fechar o
arranjo financeiro, que é o que está dando problema, porque tem uma interatividade importante com o BNDES, que recentemente trocou de direção. Mas, superado isso, ou sai, ou não sai", afirmou.
A troca no comando do BNDES aconteceu em novembro, quando o ministro do Planejamento, Guido Mantega, assumiu a função de Carlos Lessa, demitido pelo presidente Lula depois de várias divergências públicas com o próprio Mantega e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. De acordo com Ciro Gomes, o problema é que a nova direção do BNDES questiona o fato de o banco participar do projeto tanto como optante do Finor, quanto como financiador de crédito. "Estava tudo acertado lá na administração Lessa. Mas com a mudança está sendo questionado esse arranjo e nós estamos discutindo isso. São detalhes como valores, prazos, garantias, etc", revelou.
Conforme o ministro, o projeto está orçado em R$ 4,5 bilhões e deve ser concluído em três anos. "O projeto de engenharia já está concebido, tem grande rentabilidade e tem o efeito estruturante histórico para o Nordeste e o Semi-Árido", considerou.
Uma parte do financiamento deverá vir da capitalização pelos próprios concessionários; outra, de sócios, que podem ser privados ou fundos de pensão, além de arranjos de crédito, debêntures e opções de Finor, que é o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. A ferrovia Transnordestina é um dos principais projetos estruturantes para o Nordeste e vai permitir todo o escoamento da produção da Região, hoje feita via estradas - em péssimas condições - e portos.
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